Israel repetiu Guernica.

No mês passado aconteceu mais um dos periódicos conflitos entre Israel e Gaza.

Aviões israelenses bombardearam a faixa de Gaza, matando 26 pessoas, seis eram civis, entre eles duas crianças.

Os milicianos de Gaza lançaram cerca de 200 foguetes sobre o território israelense, sem baixas conhecidas.

O pessoal de Gaza acusou Israel de ter dado o primeiro tiro, violando o cessar fogo que havia na região desde 2010.

A justificação do exército de Telaviv foi que seu ataque destinava-se a matar Zuir aL-Qaisi, o líder do Comitê de Resistência Popular(PRC), sediado em Gaza, que havia sido responsável pelo ataque no verão em Eilat- causando a morte de 8 civis israelenses e 3 policiais egípcios.

Suspeitava-se que AL-Qasi e seu PRC planejavam novas ações terroristas.

Infelizmente para o governo Netanyahu, em Israel  há pessoas dignas como o jornalista Alek Fishman e o blogueiro político da Universidade Ben Gurion, Idan Landau.

Eles provaram que o ataque terrorista que provocou o bombardeio isralense não veio de Gaza, mas sim da península do Sinai.

Como se sabe, os serviços secretos de Israel estão entre os mais eficientes do mundo. Não dá para acreditar que eles não sabiam que AL-Qasi e o PRC eram inocentes.

Por que então os atacaram?

Por razões históricas.

Há muitos anos que esta história se repete: cada ataque israelense em Gaza é sempre respondido por lançamentos de mísseis contra o território de Israel.

Mas o que ganha Israel atacando Gaza?

O professor Neve Gordon dá a resposta, no site da Al Jazeera.

O exército israelense desejava testar a eficiência do novo sistema anti-míssil Iron Dome. Daí a provocação feita a Gaza, para que lançassem mísseis, como era habitual em circunstâncias assim.

Segundo foi informado, os resultados do teste foram altamente satisfatórios. Fala-se em 90% dos mísseis explodidos no ar.

A população das regiões fronteiriças a Gaza podem dormir tranqüilos.

E Netanyahu também. Sabe que, quando atacar o Irã, estará protegido contra mísseis lançados pelo Hamas, de Gaza, e pelo Hisbolá, do Libano.

Guardadas as devidas proporções, foi o que aconteceu na aldeia de Guernica, durante a Guerra Civil Espanhola.

Em 1937, desejando testar a eficiência de um bombardeio maciço sobre aglomerados urbanos, a Luftwafe bombardeou Guernica, matando quase toda a população local.

Assim como aconteceu em Gaza, também em Guernica o teste usando seres humanos como cobaias foi altamente satisfatório.

Tanto Hitler quanto Netanyahu ficaram muito felizes.

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