O Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu investigar os assentamentos israelenses na Margem Oeste e Jerusalém Leste, vistos como obstáculos à paz na Palestina.
Foi nomeado um grupo formado pela juíza francesa Christine Chanet (chefe), pela advogada paquistanesa Asma Jahangir, e pela juíza Unity Dow, de Botsuana.
Não será objeto de análise a ilegalidade dos assentamentos, já que não há dúvidas sobre essa questão, mas apenas seu impacto sobre a região.
O governo de Telaviv declarou que não permitirá a entrada das representantes da ONU na Palestina, pois considera que qualquer investigação sobre Israel teria um viés negativo. Concluiu dizendo que sòmente deveriam ser investigados direitos humanos em regimes ditatoriais, não em democracias como Israel.
Em outras palavras: Israel é um país acima de qualquer suspeita, o que é um raciocínio discriminatório, portanto, nada democrático.
Richard Falk, relator especial da ONU sobre direitos humanos na Palestina, informou em entrevista que a aceleração da construção de novos assentamentos “fechou o livro” da viabilidade da “solução dos 2 estados.”
Ele disse: “Trata-se apenas de uma tática de adiamento que permite aos israelenses expandir os assentamentos, demolindo cada vez mais casas e estruturas palestinas, implementando um programa que assumiu tais proporções que limpeza étnica é o único modo de descrever as mudanças demográficas em Jerusalém Leste”.
Jerusalém Leste é habitada majoritariamente por árabes palestinos. O objetivo do governo Netanyahu é expulsar a maior parte dos moradores desta nacionalidade, substituindo-os por israelenses.