Israel não se destaca pela coerência.
Membros importantes do seu governo, ao mesmo tempo que se declaram ansiosos pela paz com os palestinos, manifestam-se e agem para torná-la mais difícil.
Depois de afirmar que jamais aceitaria uma Palestina independente, Netanyahu voltou atrás. Até não dormia tranqüilo, pensando num acordo que resolvesse a questão.
A vice- ministro da Defesa, Tzipi Hotovely, foi mais explícita. A celebrada solução dos dois Estados dependia dos palestinos, pois de parte do governo de Israel, a boa vontade seria total.
Não demorou muito e a mesma Hotovely teve um súbito ataque de amnésia, esquecendo suas palavras amigáveis, ao negar o direito palestino de ter um país, ao declarar: “Esta terra é nossa. Toda ela é nossa.”
Já para Moshe Yalon, o ministro da Defesa, Deus queria que Israel fosse dono de todos os territórios ocupados. Não considerava possível um acordo durante sua vida.
“ E eu pretendo viver muito”, assegurou.
Mas o clima de confronto ficou muito mais aceso quando a Brigada Omar, movimento salafista de Gaza, lançou mísseis contra o território israelense (sem causar danos).
Como não quer briga, o Hamas, governo de Gaza, comunicou a Telaviv que o Omar agiu contra sua proibição expressa. E que os infratores foram presos. Até mesmo um deles acabou morrendo num tiroteio com a polícia do Hamas.
O governo Netanyahu não quis saber de nada.
Em qualquer ataque partido de Gaza, não importa o autor, o Hamas será sempre responsabilizado, proclamou o ministro da Defesa, Yalon.
Por isso mesmo, a aviação de Israel em retaliação bombardeou instalações do Hamas.
E os inocentes pagaram pelos pecadores.
Não é um ato de quem deseja a paz.