Os judeus foram o povo que mais sofreu discriminações através da História.
Triste é que seu país é quem agora discrimina cidadãos de outras raças.
Quem acusa não são ONGs de direitos humanos, nem oposicionistas ou árabes, mas membros do Likud, o partido que governa Israel.
Para o deputado Elharar a violência e discriminação contra as pessoas de pele escura tornou-se “um grande problema.”
Outro deputado, Avraham Naguisa, foi ainda mais contundente:”Perdemos nossa confiança na polícia. Seus programas comunitários não tem nenhum valor. Ou os agentes mentem, ou o Departamento de Polícia Investigativa apagou os indícios. Alguma coisa fede nesse departamento.”
Os dois deputados referiam-se especialmente ao caso do etíope Yosef Salansa. Com base numa denúncia vaga (provou-se depois ser falsa), os policiais o consideraram suspeito. Sem vacilar atingiram Salansa com armas de choque paralisantes (tasers). Foi então algemado, espancado e jogado no chão.
O etíope sofreu um tal choque que precisou ser submetido a tratamento psicológico.
Não adiantou.
Três meses depois Salansa suicidou-se.
Levado o caso ao ministério que julga possíveis más condutas da Unidade de Política Investigativa, os dois policiais autores da violência foram considerados inocentes. Decidiu-se que não seriam processados.
O advogado do etíope fez duros comentários a respeito: “Os agentes violaram o protocolo para usar tasers, apresentaram informações falsas, largaram Salansa no chão, algemado e espancado.E ameaçaram os membros de sua família. Qualquer cidadão que agisse dessa maneira seria levado a julgamento, mas há uma lei diferente para os agentes.”
Especialmente quando aplicada a negros. Ziva Mekonem-Degu da Associação dos Judeus Etíopes relata que pelo menos um membro de cada família etíope já foi presa, detida ou objeto de uma investigação criminal.
Mais ou menos o que acontecia nos primeiros tempos da perseguição nazista aos judeus alemães.