Islamofobia: versão moderna do McCartismo.

O McCartismo foi uma idéia perversa, que assolou os EUA durante parte da Guerra Fria.

Considerava que comunistas, situados em posições-chave, ameaçavam a segurança do EUA.

Seu “apóstolo”, o Senador MCarthy, conseguiu criar comissões de investigação de atividades comunistas que promoveram uma caça às bruxas em todo o país.

Jornalistas, intelectuais, escritores, artistas, funcionários da Administração, pessoas de várias profissões influentes foram perseguidas por ligações passadas ou presentes com quaisquer movimentos esquerdistas ou mesmo pacifistas.

Quando McCarthy resolveu girar sua metralhadora em direção dos militares encontrou oposição forte. A estas alturas toda a sociedade estava esgotada pelo clima persecutório que havia sido criado. Aconteceu uma reação geral, McCarthy entregou-se à bebida, o que enfraqueceu ainda mais sua posição e o pesadelo acabou.

Agora, algo semelhante parece estar existindo nos EUA.

O sucessor do comunismo no papel do fantasma que assombra a nação chama-se islamismo.

Depois do atentado de 11 de setembro, o povo americano passou a ver nos árabes e outros membros de nações islâmicas moradores dos EUA suspeitos numa conspiração internacional contra o “american way of life”.

Hoje, talvez essa islamofobia não esteja mais tão espalhada pela população americana.

Mas, figuras de destaque de setores políticos e da Administração continuam empenhadas em manter aceso o fogo do preconceito contra os islamitas habitantes dos EUA.

Recentemente, o Senador John McCain, candidato republicano contra Obama nas eleições de 2008, tomou a defesa de uma mulher muçulmana vítima dos islamófobos.

Tratava-se de  Huma Abedin, sub-diretora da assessoria da Secretária de Estado, Hillary Clinton.

Cinco congressistas do próprio partido de McCain haviam enviado ao Inspetor Geral do Departamento de Estado uma carta que dizia: “…informações que recentemente chegaram à luz levantam sérias questões sobre as políticas e ações do Departamento de Estado que parecem ser  resultado de operações de influência conduzidas pela Irmandade Muçulmana.”

Abedin era citada como uma das “influências” atuantes nas operações condenadas pelos signatários.

Um deles era Michele Bachman. Aquela pré-candidata à presidência pelos republicanos que garantia serem os EUA ricos devido à sua amizade a Israel, por ela considerado o povo bem amado de Deus.

Os cinco republicanos mostravam receio de que a “conspiração islâmica” estivesse tendo sucesso,  pois : ‘’O Departamento de Estado e, em muitos casos, a direção específica da Secretária de Estado tomou ações enormemente favoráveis à Irmandade Muçulmana e seus interesses.”

Segundo eles, a missão da Irmandade Muçulmana nos EUA seria destruir o Ocidente por dentro, através de uma  “jihad (guerra santa) de civilizações”.

Acusação um tanto absurda. Embora a Irmandade Muçulmana não seja uma entidade caudatária dos EUA, também não é sua inimiga irreconciliável.

Até agora, no Egito e na Tunísia,  onde chegou ao poder através de eleições livres, tem revelado uma postura moderada. Ao que tudo indica, manterá boas relações com Washington, enquanto for respeitada a soberania de seu país e sua política favorável aos palestinos e à paz.

Sabe-se que um sem número de cartas, denunciando islamitas e entidades islâmicas, tem sido enviadas ao Inspetor Geral do Departamento de Justiça, Defesa e Segurança Interna e à Direção Nacional de Inteligência.

Thomas J.Rooney, um dos parceiros de Bachman na denúncia, lamentou que a acusação a Abedin tivesse se tornado o foco do caso para a mídia: “Porque a intenção da carta era chamar atenção para um legítimo risco da segurança nacional. Não ficarei em silêncio enquanto a Administração agrada nossos inimigos ao invés de contar a verdade sobre as ameaças que nossa nação sofre.”

Portanto, assim como no McCartismo, a Administração americana seria influenciada pelos islâmicos infiltrados. E estaria fazendo o jogo dos inimigos.

A islamofobia também penetrou no Exército.

Descobriu-se no Colégio do Estado-Maior das Forças Armadas, na cidade de Norfolk, materiais de um curso para oficiais que asseguravam estarem os EUA em guerra com o Islã.

Alguns textos sugeriam que os EUA poderiam ter de destruir as cidades santas de Meca e Medina, sem levar em conta as mortes de civis, como fizeram na Segunda Grande Guerra com Hiroshima, Nagazaki e Dresden.

O professor e responsável pelo curso, Tenente-Coronel Matthew Dooley, também ensinava que os muçulmanos odiavam “tudo que valorizamos”.

Portanto, valia tudo contra eles,  já que, segundo Dooley, a Convenção de Genebra “não era mais relevante…”

O Exército não foi omisso. Afastou Dooley das funções de professor.

Preocupado com a questão, o Departamento de Estado recomendou que fossem investigadas as ações de dois outros oficiais ligados ao curso para verificar se deveriam ser submetidos a uma ação disciplinar.

Um terceiro exemplo de islamofobia é dado pela Polícia de Nova Iorque.

Ela vem desenvolvendo um programa especial de espionagem das comunidades islâmicas.

Agentes infiltram-se em locais freqüentados por americanos-islâmicos,  como mesquitas, metrôs, universidades, clubes e restaurantes, procurando fazer amigos. Especialmente entre os mais exaltados.

Num processo federal de direitos civis, o Assistente -Chefe da Polícia de Nova Iorque, Thomas Galati, prestou um depoimento no qual admitiu que durante os 6 anos do chamado “programa de Demográficos” (a espionagem de islamitas) não se descobriu absolutamente nada de sério…

O incrível, porém, é que, apesar desse fracasso total, Galati continua achando o programa necessário porque seria teoricamente possível que no futuro se chegasse a algo merecedor de uma investigação.

Galati defendeu ainda a idéia de espionar particularmente os paquistaneses,  porque, num determinado ensejo, um dos vigiados estava falando em urdu, reclamando dos preconceitos étnicos.

Ele ofereceu outro exemplo para justificar a necessidade de espionar muçulmanos.

Um determinado café libanês deveria ser objeto de vigilância porque alguns dos seus freqüentadores são originários do Sul do Líbano.

“Isso pode indicar a possibilidade deles serem  simpatizantes do Hisbolá,  já que o Sul do Líbano é dominado pelo Hisbolá”, explicou.

É muito grave que oficiais das Forças Armadas dos EUA divulguem idéias anti-islâmicas, embora, aparentemente, as autoridades estejam conscientes do problema e procurem agir prontamente para enfrentá-lo.

Não se pode esperar que políticos direitistas do Partido Republicano tenham uma postura equilibrada diante dos povos do Oriente Médio.

São raros os membros desse partido que tem demonstrado coragem suficiente para defender vítimas de ações islamofóbicas.

O mais grave, porém, é que lideranças da Polícia de Nova Iorque, tida como a mais eficiente dos EUA, se comportem como se as pessoas da comunidade islâmica fossem verdadeiros agentes inimigos, que devem ser permanentemente vigiados.

 

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Um comentário em “Islamofobia: versão moderna do McCartismo.

  1. BARACK HUSSEIN OBAMA e sua estratégia…

    Obama estava desesperado em bombardear a Síria, para apagar os últimos vestígios das Armas Químicas, que ele deu aos seus amigos Terroristas muçulmanos, chamados de “Rebeldes”, para serem espalhadas entre o povo, com a finalidade de incriminar o governo sírio, e finalmente conseguir o seu verdadeiro objetivo: ajudar em implantar o ISLAMISMO RADICAL, na Síria.
    Nota: no Egito, onde OBAMA também interferiu em prol da IRMANDADE MUÇULMANA se deu mal, e o ISLAMISMO RADICAL foi derrubado.
    Ora, não é OBAMA que envia armamentos e dinheiro para os Terroristas, na Síria?
    Não foi Obama que entregou um Drone para que os iraquianos o pudessem copiar, sob alegação que caiu no IRÃ?
    Obama, monitora os telefonemas no mundo inteiro, sob alegação que é para combater o Terrorismo.
    Se realmente quisesse combater o Terrorismo, monitoraria os telefonemas de muçulmanos, que são Terroristas, e não dos europeus e asiáticos!!!
    Alega que combate Terrorismo, no entanto, deixou que os irmãos chechenos, praticassem Terrorismo na maratona de Boston, embora tivesse sido avisado pelo Serviço de Inteligência Russa, que eram perigosos, e cuja mãe deles estava fichada no FBI, como Terrorista.
    OBAMA alegou ter mandado matar OSAMA BIN LADEN, e nada foi provado. O interessante é que os enviados para o Oriente Médio, e que participaram da FARSA, num total de 24 (vinte e quatro), e dos quais 20 (vinte) já estão mortos, numa verdadeira ‘QUEIMA DE ARQUIVO”.
    A única realidade crua e nua é que OBAMA é aliado dos Terroristas muçulmanos, e lhes passa todas as informações necessárias sobre tudo que acontece no Ocidente, no que se refere ao combate ao Terrorismo, através de escutas de telefonemas e internet, para que possa avisar em tempo, seus amigos Terroristas muçulmanos, se alguma preparação para um atentado Terrorista, já foi descoberta, para os advertir. Quando os verdadeiros combatentes do Terrorismo nada descobrem, o atentado é realizado.
    Se não tivesse essa intenção, não precisaria monitorar telefonemas dos Ocidentais e Orientais, porque eles não enviam Terroristas para matar em outros países, como os muçulmanos!
    Em meio a um discurso do OBAMA, lhe escapou: “FUI PREPARADO POR ANOS, PARA SER PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA”. A nítida impressão que se tem, é que foi preparado por Terroristas muçulmanos. E se aproveitando de atual tecnologia usada por NSA, PRISM E VERIZON, incluindo os Drones, está sabotando o mundo civilizado, sob alegação que combate o Terrorismo, porém OBAMA, na verdade combate a civilização ocidental e oriental, em prol dos Terroristas muçulmanos!
    A Europa e os países civilizados não podem e nem devem aceitar qualquer ajuda desse “infiltrado” na presidência americana, o OBAMA, que se faz passar por um simples mulato e cristão, e cuja verdadeira identidade e religião continuam uma incógnita!

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