Investigação da ONU condena política de Israel.
A representante dos EUA no “Conselho de Direitos Humanos da ONU” pediu o afastamento do investigador dele na Palestina, o americano Richard Falk.
Não é algo que acontece todos os dias: pelo contrário, nada semelhante já aconteceu nesse conselho.
O que teria feito Falk de tão grave para merecer uma punição tão extrema, partida do seu próprio país?
A resposta foi dada alguns dias depois, quando Falk apresentou ao fórum de Genebra, do Conselho, o relatório de sua investigação sobre os direitos humanos na Cisjordânia e Gaza, condenando as ações de Israel.
Ora, isso é inaceitável para o governo Obama, que, como se sabe, apoia cegamente o regime israelense. Não importa quantas transgressões ao direito internacional cometa.
Não surpreendeu ninguém quando os EUA seguiram docilmente os israelenses, boicotando o debate sobre o relatório Falk.
O relatório de Richard Falk (por sinal,ele é judeu) dizia:”Israel continua a anexar territórios palestinos; persiste em demolir lares palestinos e repovoar a Palestina com cidadãos israelenses; Israel mantém uma política de punição coletiva a 1.750.000 palestinos, através da imposição do bloqueio na faixa de Gaza e prossegue impunemente com sua ocupação, recusando-se a aceitar os apelos do mundo para que respeite as leis internacionais”.
Os fatos apresentados comprovam essas afirmações.
Em seguida, vou citar alguns.
Em Gaza, 70% da população depende da ajuda internacional para sobreviver e 90% da água é considerada imprópria para consumo humano.
Como retaliação aos foguetes lançados por ativistas anônimos contra seu território (sem vítimas), Israel fecha as fronteiras com Gaza.
Dessa maneira, toda a população é punida coletivamente por algo de que não é culpada, pois 40% dos produtos que por ali entram são alimentos e outros suprimentos básicos, como gás de cozinha.
Somente no primeiro trimestre de 2013, Israel demoliu 204 casas e estruturas palestinas, deslocando 379 pessoas (dados da ONU).
Existem 5.000 palestinos em prisões israelense, muitos deles foram detidos arbitrariamente e são submetidos a torturas, confissões forçadas e confinamento solitário.
Apesar da abundância de fatos e estatísticas apresentados pelo investigador da ONU, os europeus também protestaram, concordando com a acusação americana de que Falk teria um viés anti- israelense.
Sentiram falta de uma “informação mais factual e precisa”.
Sendo assim, vou informar mais um fato, que o investigador da ONU não pôde relatar por ter vindo a público depois de sua apresentação.
Apesar de suas declarações de que estaria suavizando o ritmo de novos assentamentos para atender a apelos de John Kerry, o governo Netanyahu não está fazendo nada disso.
Conforme estatísticas oficiais, no primeiro trimestre de 2013, ele quase triplicou o número de assentamentos, em relação ao mesmo período, em 2012.
Foram nada menos do que 863 contra 313.
O que confirma, mais uma vez, que Telaviv não pretende de modo algum aceitar uma divisão justa da Palestina entre Israel e um Estado palestino independente.
Muito a propósito, Danny Danon, vice- ministro da Defesa, afirmou que a maioria do Likud (partido de Netanyahu) não aceita esta solução, sendo, pelo contrário, favorável à anexação pura e simples da Cisjordânia.
A realidade desmonta as críticas ao investigador da ONU para Direitos Humanos na Palestina.
Não é ele que é contra Israel: são os fatos.
Negativo. Quem fala de modo isento sabe que Obama só não abandonou Israel por causa da defesa ferrenha que esmagadora maioria republicana faz. Dizer que Obama defende cegamente Israel é muita falta de vergonha na cara e de um esquerdismo sem tamanho e escrúpulo.