As forças armadas de Israel iniciaram um inquérito sobre “incidentes excepcionais” durante seu ataque ao Estreito de Gaza.
Em outras palavras, possíveis violações das leis internacionais por seus militares.
Foram analisados 44 incidentes, sendo que 50 outros foram deixados para posterior exame.
Depois de revisão, o advogado-geral do exército recomendou que cinco casos fossem objeto de investigação criminal: o assassinato de quatro meninos palestinos numa praia; o bombardeio de uma escola da ONU repleta de refugiados, quando 16 foram mortos; o fuzilamento de uma mulher palestina; o espancamento de um palestino, que estava sob custódia e o roubo de dinheiro por um soldado.
As entidades de direitos humanos de Israel não confiam nem um pouco na lisura dessas investigações do exército.
Consideram que não são independentes, geralmente inocentam os militares acusados.
A B´Tselen informa que inquéritos militares não deram em nada em nenhum dos 80 casos envolvendo possíveis crimes de guerra no ataque a Gaza, em 2012.
E Michael Sfard, importante advogado israelense de direitos humanos, nota que os inquéritos do exército falham por não irem a fundo.
Ele afirma que bombardeios de quarteirões densamente habitados e de casas das famílias de militantes suspeitos matando muitos civis inocentes, aparentemente se realizaram com autorização de autoridades superiores.
Sfard completa: “Seria necessário apurar se os métodos de combate e as definições de possíveis alvos – aprovados pelo advogado-geral, o ministro da Defesa e o primeiro-ministro- eram legais.”
Hagai EL-Ad , diretor executivo do B´Tselen tem uma posição firme: “são necessários investigações imparciais (dos eventos de Gaza), fora do âmbito dos militares.”