Incrível! Coreia do Sul diz não aos EUA.

Desde a fundação da Coreia do Sul, em 1948, os EUA são seus protetores.

Quando foi invadida em 1950 pela Coreia do Norte, Washingoton veio em sua defesa.

A guerra acabou, com um armistício em 1953, mas nunca houve um tratado de paz. Tecnicamente as duas coreias continuam em guerra.

Diante da agressividade dos governos dos vizinhos comunistas dos sul-coreanos, os americanos instalaram bases militares no território do país.

Hoje cerca de 30 mil soldados de Tio Sam estão lá, prontos para o que der e vier.

O perigo maior vem dos conflitos suscitados pelo programa nuclear-militar de Piongyang, proibido pela ONU.

Em 1994, os EUA chegaram a ameaçar um ataque caso esse programa não fosse cancelado.

Em 2003, principalmente, a situação ficou mais tensa, devido a testes balísticos e nucleares efetuados pelo governo da Coreia do Norte.

Em 2006, a situação ficou mais grave, com americanos e norte coreanos trocando acusações e falando até em, guerra.

Piorou mais em 2007, com a chegada de Trump ao poder.

Ele e Kim Jong-nu logo se desentenderam.

Por meses a fora, sucederam-se sucederam-se ataques verbais, exibições de força e ameaças assustadoras de guerra.

Em todos estes episódios, a Coreia do Sul se viu como a primeira vítima de uma eventual conflagração.

Novamente, os EUA apareceram como o escudo contra possíveis agressões vindas do norte.

Como não existe almoço grátis, a Coreia do Sul vinha sempre pagando a proteção americana com submissão às posições do seu poderoso aliado nas questões com os belicosos nortistas e mesmo na área internacional de um modo geral.

No barraco que ainda subsiste com a Coreia do Norte, os sempre prestimosos americanos decidiram instalar um sistema anti-míssil (THAAD) para bloquear mísseis comunistas, que poderiam ser lançados contra a capital, Seul, com a maior facilidade, pela proximidade à fronteira (fica apenas 56 km).

Foi feito um acordo entre a Casa Branca e o governo do presidente interino da Coreia do Sul para a instalação do sistema THAAD, consistente em seis lançadores de anti- mísseis.

Muitos coreanos, especialmente os moradores das áreas próximas ao THAAD, protestaram. Temiam que a presença dos anti-mísseis americanos faria com que os norte-coreanos fizessem a região onde viviam alvo preferencial dos ataques.

A China também ficou irritada. Achava que o THAAD  iria espionar o sistema anti-mísseis do governo de Beijing. Além de provocar uma corrida na instalação de sistemas semelhantes no Japão e outros países do Sul da Ásia sob influência americana.

E Beijing retaliou, cancelando a permissão de várias empresas sul-coreanas continuarem atuando no país dce Mao-Tse-Tung.

A essas alturas, corria batido a campanha para eleição do novo presidente sul-coreano.

O oposicionista Moon defendia negociações com os bvelicosos vizinhos para resolver de vez as contendas entre eles, Washington e Seul.

Prometia também cancelar o contrato para instalação do por muitos indesejável sistema THAAD.

Justificando sua posição, insistiu que na aliança com os EUA, a Coreia do Sul tinha direito de, eventualmente, dizer não.

Promessa e postura altamente inconvenientes para os EUA. Afinal o governo de Washington já havia declarado que a diplomacia falhara para resolver a questão nuclear com Piongyang. Agora chegara a hora das soluções militares.

E a anulação do contrato do THAAD seria um insulto aos EUA, que haviam decidido ser o sistema essencial para a defesa sul-coreana.

Mas, Trump não se tocou com as palavras fortes do candidato Moon, cuja vitória, aliás, parecia certa.

Para The Donald eram apenas tiradas de campanha, as quais, por experiência própria, não seriam pra valer.

O incrível é que foram.

Uma vez eleito, Moon passou a propor a substituição das ameaças de guerra por conversações entre as partes. Não está sendo fácil, ele está fazendo o possível para convencer os EUA e outros países importantes na região. Foi à China apresentar suas propostas, que, aliás, batiam com as de Beijing. Elas foram bem recebidas, é claro, e os chineses já voltaram atrás nas sanções aplicadas em algumas empresas coreanas que atuam no país.

Moon deve ter ficado aliviado. Não convém brigar com os chineses, afinal eles são os maiores parceiros da Coreia do Sul no comércio exterior.

Para surpresa da maioria dos analistas, o novo presidenee não se esqueceu das promessas na campanha eleitoral de cancelar os lançadores de anti- mísseis. Como medida inicial, ordenou um inquérito sobre o acordo do THAAD, apesar de dois lançadores de mísseis já estarem em instalação.

Foi quando, sem aviso, os EUA enviaram mais quatro lançadores para completar o sistema THAAD.

Moon mostrou-se supe-irritado com esse desrespeito a seu governo e fez questão de tornar isso bem claro. “O presidente Moon ficou muito chocado”, informou um oficial sênior do governo de Seul.

Não ficou só na irritação: por sua ordem, os quatro lançadores recém-chegados não foram instalados. Diplomaticamente, alegou que antes precisava submeter o sistema a um estudo ambiental.

Como o processo leva mais de um ano, é possível considerar que o THAAD já era.

Por enquanto, Trump não disse nada.

Deve ser chato descobrir que nem todos os candidatos a presidente são como ele.

 

 

 

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