Em reunião anual no dia 20 de junho, a Igreja Presbiteriana dos EUA aprovou o desinvestimento em ações da Caterpillar, Hewlet Packard e Motorola.
O motivo: essas empresas fornecem produtos usados nos assentamentos de Israel na Cisjordânia.
Foi um protesto contra as políticas israelenses na região.
O reverendo Jeffrey DeYoe, que defendeu a proposta na reunião, declarou: “Porque nós somos historicamente uma igreja de pacificadores… enviamos uma clara mensagem a uma sociedade lutadora de que apoiamos sua resistência à opressão de uma forma não-violenta.”
A posição dos presbiterianos pró-desinvestimento na Palestina ocupada é a mais forte já apresentada por grupos religiosos americanos.
Antes deles, pronunciaram-se no mesmo sentido o Friends Fiducian Corp que gerencia investimentos dos quakers dos EUA, o Comitê Central dos Menonitas e a junta de pensões da Igreja Metodista Unida, que planeja vender participações na G4s. Esta empresa fornece equipamentos de segurança ao sistema de prisões de Israel.
Por sua vez, a maior igreja protestante do Canadá, o Sínodo das Igrejas da Inglaterra e o Conselho Mundial da Igreja recomendaram o boicote aos produtos dos assentamentos.
O desinvestimento presbiteriano foi mais uma vitória da campanha “Boicote Israel”, que propõe o boicote de empresas, produtos, serviços e contatos culturais com Israel, enquanto não for interrompida a criação de novos assentamentos e instituído um estado palestino independente, nos limites de 1967.
Para a Ministro da Justiça de Israel, Tzipi Livni, o “Boicote Israel” é uma ameaça muito séria. Em conferência no dia 6 de janeiro, ela declarou: “ O boicote está se movendo e avançando de forma exponencial. Aqueles que não querem ver isso, acabarão por sentir seus efeitos.”
Os fatos devem confirmar suas apreensões.
, Quando se iniciaram as negociações dos “dois estados independentes”, a Comunidade Européia estava discutindo a obrigação dos produtos dos assentamentos informarem sua origem na embalagem.
Decidiu adiar a decisão para não piorar o astral dos israelenses.
Como as negociações não deram certo, os europeus deverão impor a medida em análise.
O que, provavelmente, vai reduzir a procura dos produtos israelenses pelo público europeu, maciçamente contrário aos assentamentos.
O Primeiro-Ministro Netanyahu sentiu o golpe representado pela decisão presbiteriana.
Reuniu cerca de 300 jornalistas para condenar o fato como absurdo e ridículo.
Lembrou que Israel é uma ilha de paz num Oriente Médio convulsionado.
E convidou os presbiterianos a visitarem o Iraque, a Síria e o Líbano e depois virem a Israel para fazer uma comparação.
Seria uma ótima idéia, desde que o tour se estendesse à Cisjordânia, onde o exército Israelense faz uma busca de casa em casa de três jovens presumivelmente seqüestrados. Na qual já prendeu aleatoriamente quase 400 palestinos, além de ter matado quatro, levando o terror à população.
No caminho, os visitantes teriam oportunidade de conhecer alguns dos 500 check-points e barreiras, onde palestinos são diariamente humilhados e muitas vezes proibidos de passar.
Poderiam também dar uma chegada em Gaza, para conhecer a eficiência dos bombardeios israelenses na guerra de 2009, que reduziram a ruínas muitas casas e edifícios públicos.
E conversar com moradores sobre os efeitos do bloqueio imposto por Israel à região. 80% deles dependem da alimentação fornecida pela ONU e outras instituições do exterior para poderem viver.