Até o dia 20 de novembro, o cessar fogo em Gaza continuava difícil de conseguir.
Proposta do Presidente Morsi não passou pelo gabinete de ministros de Israel.
Por ela, o Hamas se comprometia a parar de lançar foguetes sobre Israel que, por sua vez, também interromperia o bombardeio aéreo e naval de Gaza e suavizaria o bloqueio.
Ehud Barak, Ministro da Defesa achou OK, mas Netanyahu e Avigdor Lieberman, das Relações Exteriores, foram contra.
Exigiam também a criação de uma “zona de segurança” de 500 metros por toda a fronteira de Gaza com Israel. Uma área que deveria permanecer deserta, sem casas, sem plantações, sem soldados, sem nada.
Ora a Faixa de Gaza é muito estreita. Esse corte em seu território forçaria a retirada de centenas de agricultores palestinos e a destruição de suas culturas. O que importaria em problemas para a realocação dessas pessoas e na redução das minguadas colheitas de alimentos disponíveis à população.
Um pouco mais de fome, portanto.
A exigência dessa zona de segurança era excessiva, inaceitável.
Por isso mesmo, passa a idéia de que Bibi e aliados desejam a continuidade do estado de guerra para conseguir o máximo de destruição possível.
Os EUA pareciam ter a mesma posição.
Uma proposta de cessar fogo apresentada ao Conselho de Segurança da ONU pelo Marrocos no começo da semana foi claramente obstruída.
Os americanos e aliados levaram 4 dias para estudar um texto simples e direto.
Por fim, por insistência da Rússia, o representante dos EUA se pronunciou, declarando que bloquearia o cessar fogo pedido pelo Marrocos, pois: ”A proposta é omissa por não apontar a causa da corrente escalada- a contínua barragem de ataques de foguetes de Gaza contra Israel.”
Na verdade, a responsabilidade pela crise é pelo menos discutível.
No entanto, mesmo que o Hamas tivesse sido o culpado, deixar de acusá-lo não seria um motivo relevante para se negar o fim do derramamento de sangue.
Finalmente, em 21 de novembro, as partes concordaram com um cessar fogo nos termos do texto do Presidente Morsi.
Atribui-se a mudança e posição de Israel à explosão de uma bomba (não assumida pelo Hamas) num onibus em Telaviv, ferindo 28 pessoas, algumas gravemente.
A maioria dos ministros de Israel considerou que destruir mais alguns prédios e matar mais algumas pessoas em Gaza não valia o preço de possíveis novos atentados contra seu povo.
Além das partes pararem de atirar, Israel concordou em aliviar o bloqueio de GAZA.
Já é alguma coisa embora ainda falte muito para se chegar a uma verdadeira paz.