A comunidade gay do Egito está assustada.
Sucedem-se uma série de raids policiais prendendo seus membros.
Ativistas entrevistados pelo jornal inglês The Guardian (17/4) informam que, desde outubro de 2013, já aconteceram no país 9 destas desagradáveis ações.
E o que é mais grave, em 7 delas as pessoas foram presas em suas próprias casas, sem nenhum motivo aparente.
No último raid, 4 gays foram presos em seu apartamento no Cairo, algumas horas depois de assinarem o contrato de aluguel.
E, o que é especialmente grave, em apenas uma semana acabaram condenados a 8 anos de prisão. Tanto a incrível rapidez do julgamento e da sentença, quanto a absurdamente longa pena chamaram a atenção.
Tudo faz supor que está em curso uma perseguição dos gays pela ditadura militar que governa o Egito.
Embora a homossexualidade seja legal no país, a sociedade é conservadora e vários gays tem sido detidos nos anos anteriores sob acusação de insultar a moral pública.
Mas, nas prisões recentes eles não estavam dando escândalo, ou por estarem pacificamente em casa ou reunidos em clubes só para gays.
Não se sabe porque o governo militar resolveu transformar esse pessoal em inimigos públicos.
Uma hipótese é o conservadorismo dos generais ( talvez mesmo maior do que o da Irmandade Muçulmana, derrubada do poder por pretender islamizar o país). O que pegaria bem junto à supostamente homofóbica sociedade.
Essa hipótese é reforçada por ter o governo, logo após a última prisão de gays, anunciado a formação de uma força especial para perseguir e prender ateus, outros outsiders para a “tradicional família egípcia”.
Muitos acham que a população está cansada da perseguição dos membros da Irmandade Muçulmana e precisa de outros “vilões” para distrair sua atenção dos fracassos do governo em resolver os graves problemas do país.
Foi exatamente o que Adolph Hitler fez, usando os judeus como bode expiatório.
Não é um bom exemplo a ser seguido.