Ex-chefes do serviço secreto de Israel admitem crimes.

No documentário The Gatekeepers (“Os Guardiães”), os últimos chefes do Shin Bet (serviço de contra espionagem de Israel) falam sobre as ações da sua organização para manter a ocupação da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental.

São lembranças e reflexões dos tempos em que esses homens dirigiam esse serviço secreto israelense.

Desde 1967, o Shin Bet pratica “assassinatos seletivos” em grande escala, executando palestinos suspeitos de terrorismo, sem julgamento.

Os 6 ex-chefes do Shin Bet se exprimem de forma franca e honesta, narrando e criticando as políticas violentas de Israel na Palestina, da qual foram executores.

Aparecem histórias de torturas, de famílias aterradas pela execução de seus chefes no meio da noite, de inocentes mortos junto com suspeitos, entremeadas com auto-condenações das violências que eles próprios tiveram de ordenar.

Da análise de seus depoimentos, salta uma firme condenação da forma violenta com que os israelenses vem tratando os palestinos. Violenta e totalmente ineficiente para conseguir a paz e a segurança desejadas.

“Nós tornamos as vidas (na Palestina ocupada) insuportáveis”, diz um deles, Carmi Gillon.

“Nós nos tornamos cruéis”, confessa Avraham Shalon.

“Você não pode conseguir a paz usando meios militares”, afirma Avi Dichter.

“Nós vencemos todas as batalhas mas perdemos a guerra”, diz Ami Ayalon.

Recém-lançado em Londres, The Gatekeepers vem provocando um verdadeiro tsunami, acusado pelos meios pró-Israel de viés contra esses país.

Dror More, o diretor do documentário, replica que as afirmações mais duras não são tiradas de contexto pois aparecem no meio de longas declarações dos entrevistados.

De qualquer maneira, frases assim – “Israel trata os palestinos como os nazistas tratavam os moradores não- judeus de países conquistados” e “Na guerra contra o Terror, esqueça a moralidade” -são definitivas, mesmo que tomadas isoladamente.

No fim dos seus depoimentos, os 6 ex-chefes do Shin Bet são categóricos.

Segundo Drur More: ” Todos eles falam: chega de ocupação. Eles não dizem que é fácil encontrar uma solução mas é do melhor interesse de Israel buscar isso”.

Para entender melhor o tipo de guerra que Israel vem desenvolvendo na Palestina, The Gatekeepers não é para ser perdido.

Se é que conseguirão que ele passe no Brasil.

 

 

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