Finalmente os EUA ganharam coragem e criticaram Israel.
O relatório anual de abusos do Departamento de Estado criticou o “excessivo uso de força” contra os palestinos nos territórios ocupados.
Foi salientado que metade dos palestinos mortos por terem presumivelmente atacado militares ou civis israelenses na verdade não haviam atacado ninguém.
De acordo com o relatório entre os 149 palestinos mortos pelas forças israelenses, apenas 77 lançaram ataques. Todos os demais foram mortos em manifestações ou durante “operações de rotina”.Muitos não representavam qualquer ameaça quando foram mortos, ou melhor dizendo: assassinados pelAs forças de segurança de Israel.
O Departamento de Estado também denunciou a existência de uma política israelense de “prisões arbitrárias, seguidas de torturas e outras violências, freqüentemente deixadas impunes”.
O relatório, como rotineiramente faz, citou a China e a Rússia entre os violadores de direitos humanos, mas além de Israel, outros importantes aliados dos EUA apareceram na lista dos acusados: a Turquia (país membro da OTAN) por processar jornalistas como se fossem terroristas e o Egito, cuja junta militar continua a torturar detentos até a morte.
Leis americanas proíbem ajuda militar a ditaduras militares, que chegam ao poder através de golpes.
Estranhamente, porém, armamentos americanos continuam sendo enviados ao Egito. Houve uma pequena pausa nas remessas, causada pelo horror mundial diante dos massacres pelo governo militar de manifestantes civis nas ruas depois do golpe de 2013.
Quando inquirido sobre esta aparente violação das leis americanas, o secretário de Estado John Kerry alegou que manter a ajuda militar daria condições para os EUA pressionar nações como o Egito a respeitarem os direitos humanos.
O que nunca aconteceu. Quando criticado ou advertido, o Egito costuma negar furiosamente as acusações e prossegue prendendo, matando e torturando á vontade.
Quanto a Israel, também existem leis nos EUA que vedam ajudar militarmente exércitos que praticam violências contra os direitos humanos.
O senador Patrick O`Leary, na semana passada, solicitou ao Departamento de Estado que investigasse se as forças de segurança de Israel estavam praticando execuções arbitrárias na repressão da onda de ataques de palestinos.
Quando o pedido de O`Leary foi recebido, essa investigação já fora feita e publicada, provando que os “amigos especiais” também incorriam nesses pecados.
Alguém acredita que os EUA cortarão ou mesmo diminuirão a ajuda anual a Israel de 3 bilhões de dólares em armamentos?
Ao que se sabe, o presidente Obama aceita até aumentar, para acalmar Netanyahu, louco da vida pelo acordo nuclear com o Iraque.
Mas o premier de Israel acha pouco.
Dizem que não tem pressa em resolver a questão.
Hillary Clinton ou Ted Cruz, qualquer deles que for eleito presidente dos EUA, em novembro, é unha e carne com Netanyahu e certamente abrirá as portas do Tesouro às pretensões israelenses.
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