Líderes republicanos continuam surpreendendo.
Depois da deputada Michelle Bachman afirmar que os EUA só são prósperos por serem amigos de Israel, o país de Deus; do Governador Rick Perry defender a cobrança do imposto de renda dos pobres e de George Bush conceder isenções de impostos aos milionários, chegou a vez do senador Akin, do estado do Missouri.
Em entrevista à emissora de TV KTVI, ele anunciou a existência do que se chamaria “estupro consensual”.
Explicou: “Quando existe um autêntico estupro, o corpo da mulher tem meios para tentar evitar que ele se consuma”.
Portanto, somente havendo uso de muita força, a resistência da mulher seria vencida e o estupro aconteceria.
Do contrário, ele seria consensual.
Coerente com esta descoberta, no ano passado, Akin co-patrocinou um projeto, com Paul Ryan, o vice de Romney, proibindo o uso de recursos federais para todo tipo de aborto, com exceção dos casos de “estupro à força”.
Até hoje, considerava-se nos EUA que nem todo estupro se realiza com uso de força física.
Um adulto que engana uma adolescente, manipulando suas emoções para forçá-la a fazer sexo está cometendo crime de estupro.
Sendo aprovado o projeto Ryan-Akin, uma adolescente levada a fazer sexo nas condições acima não poderia recorrer aos fundos do Medicaid para abortar.
Outra conseqüência de uma possível aprovação da lei Ryan-Akin é que poderia ser difícil determinar se uma mulher estuprada resistira no limite de suas forças.