Jeremy Corbyn lidera as prévias do Partido Trabalhista do Reino Unido.
Em recente pesquisa ele aparece em primeiro lugar, com 43% dos votantes, vindo Andy Burhan, o favorito dos book-makers, em segundo com apenas 26%; a seguir, Yvette Cooper, com 20% e Liz Kendal, com 11%.
Caso esse resultado se confirme, será a volta dos trabalhistas de esquerda ao controle do partido, desde sua derrota nas eleições internas pelo “trabalhismo liberal” de Tony Blair.
Depois de perder várias vezes para os conservadores nas eleições gerais, o trabalhismo tradicionalmente de esquerda adotou posições mais à direita e acabou recuperando o governo.
Como primeiro-ministro, Tony Blair começou bem, conseguindo a paz nos conflitos da Irlanda do Norte, mas depois comprometeu-se com medidas que aproximaram muito o Labour do conservadorismo inglês.
Seu apoio à invasão do Iraque, com envio de tropas inglesas, e sua sujeição à política de George Bush também pegaram muito mal.
O Partido Conservador voltou ao poder, ali se mantendo com as eleições gerais realizadas neste ano.
Depois da derrota, o trabalhismo tenta se renovar.
Visto como um radical, Corbyn promete aumentar impostos para os ricos, acabar com cortes de taxas das corporações, oa quais, junto com evasões de impostos e débitos fiscais não cobrados, representam uma perda de 120 bilhões de libras para o Estado.
Promete também investir em habitações para os pobres, energia, transporte e projetos digitais.
É o único dos quatro candidatos a líder do Labour que descarta maiores cortes nos gastos públicos e defende a independência da Palestina e o boicote dos assentamentos.
Tony Blair o criticou, afirmando que, caso Corbyn seja eleito líder, o partido jamais ganharia uma eleição.
Como resposta, Corbyn aconselhou Blair a se preocupar mais com a próxima publicação do Relatório Chilcot, sobre a participação inglesa na Guerra do Iraque, onde já se sabe que o ex-primeiro ministro ficará muito mal na foto.