Esquerda e direita invertem seus papéis na França.

Onde já se vu a esquerda defender interesses do Estado e das empesas e a direita os direitos sociais?

A resposta é: na França.

Bracejando no mar revolto de uma economia em crise, o governo do social- democrata François Hollande emitiu lei dispondo que:

– os empresários pagariam apenas 10% a mais por horas-extra em vez dos atuais 25%;

– 35 horas de trabalho semanais continuam, mas em casos excepcionais os trabalhadores poderão ser obrigados a trabalharem 60 horas por semana.

Essa decisão provocou violentos protestos em toda a França, com choques entre manifestantes e policiais que usaram gás contra os opositores da lei. Quase todas as demonstrações acabaram com prisões.

Os movimentos de protesto são liderados por uma organização de trabalhadores, a “De pé a noite inteira”, que declarou num manifesto que a lei é “um insulto para as pessoas deste país” e um “recuo sem precedentes nos direitos dos trabalhadores na França (agência France Press)”.

No Parlamento, os protestos partiram de dois partidos de centro-direita; o Republicano, liderado por Nicholas Sarkosy (ex-presidente da França) e a União dos Democratas e Independentes, liderada por Jean-Chistophe Lagarde.

Eles condenaram as reformas e propuseram um voto de desconfiança no presidente que, aprovado, causará sua destituição.

Os partidos do governo social democrata e da oposição direitista tem o mesmo número de deputado, 226, insuficiente diante dos 288 necessários para vencer.

A direita não desistiu e tentou convencer os partidos oposicionistas de extrema-esquerda a juntar-se a ela no voto de desconfiança a Hollande.

Fato que levou o ministro para eleições parlamentares, Jean-Marie Le Guen, a qualificar como “inconcebível.”

No fim, o governo Hollande escapou por pouco do voto de desconfiança mas os trabalhadores continuam mobilizados.

As manifestações não param.

 

 

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