Eleições do Irã: Rouhani cai e se levanta.

Sete meses depois do fim das sanções contra o Irã o sistema financeiro global continua bloqueado para o país.

Segundo o chefe do Banco Central iraniano, os bancos europeus relutam em fazer negócios com Teerã, receando a abrangência das sanções anti-terrorismo dos EUA e a ação do hostil congresso americano.

Esses problemas estão impedindo o Irã de aproveitar o interesse de empresas de todo o mundo em voltar à terra dos aiatolás.

Um exemplo é a compra obstaculizada de aviões Boeing, no valor de 25 bilhões de dólares, destinados à modernização da obsoleta rede aérea do país.

Argumentando que os aviões poderiam ser destinados a usos militares, a Câmara dos Representantes votou emenda bloqueando o negócio. Caso seja promulgada poderá também impedir a venda de aviões de outras empresas do setor.

Diante dessa situação, o povo iraniano não vê resultados tangíveis no acordo nuclear. 74% das pessoas tem essa opinião, segundo pesquisa, realizada em junho por equipe canadense ligada à Universidade de Maryland.

E as consequências recaem sobre Rouhani, o responsável pelo acordo com as grandes potências. Em maio de 2015, festejado como o líder que ia elevar as condições de vida da população, fazendo as pazes com o Ocidente, Rouhani estava 27% à frente de Ahmadinejad, em pesquisa de maio de 2015 sobre a próxima eleição presidencial.

Em junho deste ano, essa diferença se reduziu para apenas 8%.

No entanto, acredita-se que agora em setembro, três meses depois, a candidatura de Rouhani du uma virada: está em franca recuperação.

Alguns meses atrás foi denunciado pela mídia que autoridades públicas recebiam bônus excessivamente altos e até subornos de terceiros.

 

Essas denúncias já atingiram tanto gente dos conservadores, quanto dos reformistas e moderados.

A reação dos conservadores, liderados por Qualifat, prefeito de Teerã e seu provável candidato presidencial, foi primeiro negar tudo.

Depois, processar os denunciantes como vis delatores que desejariam “atingir a reputação do povo e o prestígio da municipalidade de Teerã. ”

Meio infantil, não era?

Claro, pegou muito mal na população.

Já os reformistas, aliados aos moderados, que devem lançar a candidatura do presidente Rouhani, vem agindo de um modo diferente.

Quando algum dos seus membros é acusado de corrupção, primeiro pedem calma, até que as investigações que farão cheguem ao fim.

Sendo a culpa provada, os reformistas pedem perdão ao povo e prometem acabar com a corrupção.

Assim, a grande maioria dos funcionários implicados foram demitidos e uma circular foi enviada a todo o setor, alertando de que, quem persistir no erro, pagará por isso. A ideia é assustar para impedir novas transgressões.

Tanto os reformistas quanto os moderados usam fartamente a mídia social para divulgar os malfeitos dos adversários e a forma diferente com que eles e os conservadores agem diante do problema.

Por sua vez, os conservadores, que foram os primeiros em bater o bumbo para a corrução alheia, agora se calam. Fazem de conta que não existe corrupção pois nessa praia quem leva vantagem é a aliança reformistas-moderados.

Não há pesquisas recentes sobre a posição dos candidatos rivais nas eleições presidenciais.

Mas ninguém duvida que Rouhani está correndo na frente, deixando cada vez mais para atrás seu principal concorrente, o conservador Qualifat.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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