No Egito, a lei não é igual para todos.

A justiça egípcia tem se notabilizado pela dureza das penas que aplica na oposição.

Na maioria dos casos, por simples participação em manifestações não autorizadas.

Já no julgamento de crimes até graves, cometidos pelos seus policiais, os critérios são outros.

Na repressão de um movimento de protesto, agentes comandados pelo coronel Amr Faroukh prenderam um grupo de manifestantes numa van.

Por razões não explicitadas (nem teriam relevância), os guardiães da segurança nacional bombearam gás para dentro do veículo.

E assim mataram 37 pessoas.

Foi um escândalo internacional. A imprensa estrangeira divulgou o fato com grande destaque.

O coronel Faroukh foi processado e condenado a 10 anos de prisão, uma pena leve para a enormidade do crime.

Ele não chegou a esquentar seu lugar na prisão.

Alguns meses depois, na semana passada, Faroukh teve sua pena suspensa  por autoridades superiores.

Comentando o caso, disse Mohamed Elmessiry, da Anistia Internacional: “A justiça egípcia é rápida para julgar e condenar os adeptos de Morsi (o presidente deposto pelo exército) ou outras vozes oposicionistas, mas ainda não considerou culpado nenhum dos agentes de segurança envolvidos na morte de centenas de manifestantes em 14 de agosto e na execução extra-judicial desses 37 prisioneiros.”

 

 

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