Eric Cantor, líder da maioria republicana na Câmara dos Representantes, saiu derrotado nas eleições primárias do seu partido.
Quem o venceu foi um professor desconhecido, numa luta estilo Davi x Golias.
Apoiado por ilustres chefões do Great Old Party, Cantor injetou em sua campanha um milhão e quinhentos mil dólares, enquanto David Brat, seu oponente, dispunha de apenas cinqüenta mil.
A derrota de Eric Cantor é uma grande perda para os lobbies do war party, do Israel,first e da comunidade de segurança.
O líder republicano era um dos mais agressivos defensores do Estado de Israel e das políticas do primeiro-ministro Netanyahu. Duro adversário de acordos com o Irã e das propostas dos movimentos palestinos.
Usou de sua influência como líder da maioria para derrubar a lei Justin Amash, que cortava as azas da Agência de Segurança (NSA), limitando suas ações no controle das ligações telefônicas particulares.
Favorável ao aumento das despesas militares dos EUA, Cantor atacava aqueles que combatiam intervenções militares no exterior, taxando-os de isolacionistas.
David Brat não é nenhum Jimmy Carter.
Crítico rígido da intervenção estatal na esfera privada, ele quer o fim do Obamacare. Nada de saúde pública gratuita, o certo é deixar que o mercado regule os preços da assistência médica… Quanto aos mais pobres, que sejam atendidos por instituições de caridade particulares…
Apesar dessas vaciladas, Brat tem posições que o colocam no pequeno grupo dos “libertários” do Partido Republicano.
É contra a espionagem dos telefones e computadores dos cidadãos americanos pelas agências federais de vigilância. Contra o direito do presidente prender por tempo indefinido quem considerar uma ameaça à segurança nacional. Contra leis que beneficiam o big business. Contra gastos militares excessivos.
Um cartaz da campanha de Brat diz : ‘Dave acredita que a Constituição não precisa ser comprometida em razão da segurança nacional.”
O oposto da doutrina que Bush pregou e os EUA continuam aplicando.