Os EUA invadiram o Iraque em busca de armas atômicas e químicas, de destruição em massa.
Não acharam nada.
Para não perder a viagem, Bush informou ao mundo que os americanos iriam ficar uns tempos para transformar o Iraque numa democracia.
Passados oito anos, proclamaram missão cumprida e, atendendo a inúmeros pedidos de iraquianos, retiraram-se, deixando no poder Nouri Maliki, como Primeiro Ministro, democraticamente eleito.
O diabo é que o governo Maliki caminha a largas passadas para implantar uma ditadura.
Segundo relatório do Human Rights Watch, o Iraque está se tornando um estado policial com o governo rotineiramente reprimindo com violência os protestos, perseguindo jornalistas, torturando detentos e intimidando os ativistas.
E isso vem acontecendo a partir das primeiras manifestações da Primavera Árabe no Iraque, que foi dominada com prisões em massa e grande derramamento de sangue.
Por sua vez, o ex Primeiro Ministro Allawi denunciou que as forças de segurança do governo Maliki prenderam e torturaram em prisões secretas mais de mil opositores, aos quais foi negado o acesso a advogados.
Uma semana antes da partida das tropas americanas, ele também prendeu em massa suspeitos de pertencerem ao Partido Ba´hat, proscrito.
Os partidos curdos, Iraqyia e do clérigo Al Sadr, principal líder nas lutas contra as forças de ocupação, retiraram-se da coligação governamental, exigindo novas eleições. Mas Maliki, mesmo sem maioria, recusa-se a renunciar.
A pergunta que se faz é : valeu à pena para os EUA gastarem tantos bilhões, perderem tantos soldados, matarem tantos iraquianos e fazerem destruírem tanto o país somente para trocar um ditador por outro?