Como no Brasil, o Chile sofreu muitos anos sob uma ditadura militar.
Só que, ao contrário do Brasil, no Chile os assassinos e torturadores desse regime são presos e condenados.
O general Manuel Contreras, uma das figuras mais sinistras do governo de Pinochet, acaba de ser condenado a 15 anos de prisão pela suprema corte do país, por ter ordenado o assassinato de um casal de chilenos.
Ele já estava pegando prisão, cumprindo penas que somam 490 anos por repetidas violações dos direitos humanos.
Chefe da polícia secreta chilena, a DINA, Contreras foi responsável por inúmeros assassinatos e torturas.
Sob sua direção, a DINA realizou uma operação internacional para matar opositores do regime, especialmente socialistas, comunistas e membros do MIR (Movimento da Esquerda Revolucionária), refugiados em outros países.
De acordo com documentos secretos dos EUA, revelados pela Lei de Liberdade de Informação, a CIA pagou e colaborou com ele no período 1974-1977 (CIA Activities in Chile,”National Security Archive), quando muitos dos seus crimes foram cometidos.
O mais célebre foi o assassinato em pleno território dos EUA do ex-ministro e embaixador nos EUA do governo Allende, Orlando Letelier, e de sua secretária americana, Ronni Mofit.
Em 2005, num dos vários julgamentos a que foi submetido, o general acusou o presidente Augusto Pinochet de ter ordenado pessoalmente os assassinatos de Letelier e do general legalista Carlos Pratts, então residindo na Argentina.
Durante os 17 anos da ditadura militar chilena, calcula-se que foram mortas três mil pessoas e 28 mil sofreram torturas.
.