Se alguém ainda duvida da oposição de Netanyahu à independência da Palestina, deve saber o que ele anda dizendo.
Em plena campanha eleitoral, o primeiro- ministro garantiu que expandirá os assentamentos nos próximos 4 anos, “apesar da pressão internacional.”
Como os palestinos só topam negociações com a suspensão dos novos assentamentos, as palavras de Netanyahi demonstram seu total desinteresse em fazer andar a tão celebrada “solução dos 2 estados independentes.”
Demonstram também que ele está pouco ligando aos protestos da Europa, às condenações da ONU e à rejeição da opinião pública mundial.
Enquanto contar com a mão amiga dos EUA, bloqueando qualquer ação efetiva da ONU para frear os assentamentos, ele poderá desafiar as leis internacionais tranquilamente.
Agora reconhecido pela ONU, o estado palestino tem condições de acionar Israel no Tribunal Criminal Internacional pois os assentamentos já foram claramente definidos como ações ilegais, portanto criminosas.
Não sei se o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, terá coragem e/ou interesse nisso.
Ele sabe que, se levar Israel à cadeira dos réus do Tribunal Criminal Internacional, Bibi irá reagir violentamente.
Provavelmente, começará acabando com a Autoridade Palestina e com a alta posição de Abbas.
Agora, se o líder do Fatah se omitir, pode contar com uma reação igualmente violenta do seu povo.
Recentemente, Mavran Bargouthi, líder palestino, preso em Israel, declarou que, caso a ocupação continuasse, a terceira intifada seria inevitável.
O frenesi na construção de novos assentamentos significará a cristalização da ocupação.
Quando o povo palestino se capacitar disso, a terceira intifada tem tudo para bombar.