Saiu das sombras uma página tenebrosa da história do Reino Unido.
Nos tempos de Tony Blair os serviços de espionagem e contra-espionagem ingleses colaboraram com a polícia secreta do coronel Kadaphi.
E de uma forma ilegal e violenta – inadmissível num país civilizado.
Esses fatos foram denunciados em 2010 por advogados de 12 oposicionistas líbios num processo movido contra os governos de Londres e de Trípoli.
Raptados na Inglaterra por agentes líbios, eles foram levados por avião para a Líbia onde teriam sido torturados.
Tudo com a cumplicidade ativa dos autoridades dos serviços de Inteligência britânicos – o MI5 e o MI6.
Como provas, os 12 denunciantes juntam cartas escritas por Tony Blair, primeiro- ministro na época, ao coronel Kadaphi, celebrando a colaboração anglo- líbia na vigilância, prisão e transporte para Tripoli de opositores homiziados na Inglaterra.
Sabe-se que lá eles não foram propriamente recebidos com flores. Há provas incontestáveis de que a polícia secreta do ditador costumava submeter adversários a torturas selvagens.
David Cameron, o primeiro-ministro atual, prometeu mandar efetuar uma investigação legal profunda sobre este verdadeiro escândalo. Estranhamente, porém, ele passou a bola para o comitê de inteligência e segurança do Parlamento, que já havia anteriormente considerado não haver evidências de participação dos serviços secretos nos casos denunciados.
Ouvido a respeito, Blair declarou não se lembrar de nada.
A Scotlan Yard não se omitiu: enviou ao Serviço de Procuradoria Real um arquivo, descrevendo as acusações como “complexas”, merecendo “cuidadosa análise.”
O jornal The Guardian assumiu na edição de 24 de janeiro uma posição muito clara:”Seja qual for a decisão da Procuradoria,, há muitas evidências que justificam uma investigação judicial independente destas sórdidas atividades, pelas quais ninguém até agora foi responsabilizado.”“