Parece que Putin teme os EUA menos do que Obama teme a Rússia.
Bem menos.
O orçamento militar americano para 2017 prevê gastos quatro vezes maiores do que neste ano para deter o que o secretário de Defesa Carter chama de “agressões russas.”
Enquanto isso, não se tem notícia de que Moscou atribua verbas específicas para deter “agressões americanas”.
Tanto não vê os EUA como uma ameaça, que pode sem susto reduzir seu orçamento militar deste ano em 5%, conforme foi anunciado pela deputada Tatiana Shevtsova.
Trata-se de um corte de 2,3 bilhões de dólares nos 46 bilhões do orçamento total.
Já os EUA, movidos pelas preocupações dos generais do Pentágono e pela sede de lucros de sua indústria bélica, vai aumentar seus gastos militares de 581 bilhões de dólares para 585 bilhões de dólares.
Não parece que aumentou muito mas, para um país que ainda tem um déficit assustador, qualquer bilhão gasto sem necessidade pesa bastante.
Mas o que pesou mais foi o anúncio de que os EUA irão gastar 30 bilhões de dólares em 10 anos para modernizar seu acervo nuclear.
“Modernizar”, no caso, não quer dizer seguir a moda.
Parece mais provável que signifique tornar mais eficiente- direta ou indiretamente, mais letal.
Aqui vem uma pergunta que não pode calar: e o acordo de redução progressiva de bombas nucleares firmado por EUA e Rússia?
Aí o bicho pega.
Chega a hora de Putin ficar preocupado.
Só vai sossegar depois de imitar seu colega da Casa Branca.