Obama pediu, apelou, exigiu que a Europa aderisse às suas sanções anti-Rússia por causa do affair Ucrânia.
Os europeus resistiram bastante – afinal tinham muito a perder brigando com Putin: um comércio internacional da ordem de 370 bilhões de dólares (em 2012).
Acabaram entregando os pontos, respeitando seu líder, e também sancionaram os russos. Pesadamente.
Moscou reagiu, cortando as compras de queijos, frutas e outros produtos agrícolas dos países da União Européia.
Nada bom para eles.
No ano passado, somente a maior economia do Velho Mundo, a Alemanha, sofreu uma redução de 20% em suas exportações, em grande parte devido ao fechamento do mercado russo. Fato que também trouxe aos fazendeiros alemães perdas de rendimentos calculadas em mais de 600 milhões de dólares.
E os EUA, que lideraram o ataque econômico contra a Rússia, o que perderam?
Muito pouco, pois o comércio entre os dois países é cerca muitas vezes inferior ao entre Moscou e os europeus.
Na verdade, ganharam, ignorando as sanções que convencerama os europeus a fazerem.
A Boeing acaba de fechar um contrato de 7,4 bilhões de dólares com a linha aérea russa Volga-Dnieper para o fornecimento de 20 aviões Boeing 747.
E o Pentágono, que está subordinado à Casa Branca (há quem pense o contrário), está fazendo lobby para que o Senado revogue a proibição de importar tecnologia espacial russa, conseqüente da política de sanções. Uma joint venture Boeing/Lockheed precisa comprar 14 motores russos RD-180 para seu programa de foguetes espaciais.
Putin deve estar gargalhando.