A comunidade internacional continua esperando que Netanyahu dê uma posição definitiva sobre a solução dos dois estados e duas nações na Palestina.
Em vão.
Há muito tempo ele vinha jurando ser favorável.
Mas neste ano, em discurso eleitoral, ele voltou atrás: isso nunca aconteceria enquanto governasse Israel.
Depois de eleito, deu o dito por não dito: Israel queria sim negociar a paz com os palestinos.
Mas por palavras e atos vem provando o contrário.
Primeiro com as prováveis nomeações de quatro violentos inimigos da causa palestina para os importantes cargos de ministro da justiça, ministro da agricultura, ministro da educação e vice primeiro-ministro.
Os círculos diplomáticos do Ocidente ainda estavam digerindo estas notícias quando o premier jogou mais um balde de água nas esperanças dos adeptos de uma solução negociada.
Em discurso no Dia de Jerusalém, ele afirmou que continuaria expandindo os assentamentos na parte oriental da cidade. E que ela jamais seria dividida com os árabes.
Ora, Jerusalém Oriental tem população majoritariamente árabe e os palestinos exigem que seja a capital do seu futuro Estado.
A ONU, os EUA, a Europa, o mundo inteiro concorda.
Diante da oposição clara de Netanyahu, não dá para imaginar que os palestinos sequer aceitarão iniciar negociações de paz com Israel.
Mas, Netanyahu não está nem aí. Nomeou para essas negociações, que talvez nem se iniciem, o novo vice- primeiro ministro e ministro do Interior, Silvan Shalom.
Trata-se de conhecido falcão, contrário aos sonhos de autonomia dos palestinos.
Em novembro 2009, chegou a criticar Netanyahu pelo congelamento dos assentamentos durante 10 meses, sob pressão dos EUA.
Em maio de 2012, em reunião com ativistas do Likud (seu partido), Shalom saiu-se com esta: “Nós todos somos contra um Estado palestino, não há dúvidas quanto a isso.”
Apesar de tantas evidências, as dúvidas ainda parecem existir na ONU.
Nickolay Mladenov- coordenador especial da ONU para o Oriente Médio, informou (Times of Israel, 19 de maio) que ele e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-mon “engajarão o novo governo na exploração de opções realistas para um retorno a negociações significativas pela solução dos dois Estados, dentro de um prazo razoável.”
Depois das últimas de Netanyahu, esta promessa está longe de ser realista.
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