Palestina, 2014: um ano de chumbo.

2014 foi um ano terrível na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e estreito de Gaza.

O exército israelense de ocupação usou munição real à vontade para controlar as manifestações de protesto dos palestinos.

Só poderia dar nisso: mais palestinos foram mortos ou feridos do que em qualquer ano desde a guerra de 1967, quando as forças armadas de Israel tomaram todo o território dos palestinos.

Os números foram particularmente amargos: 2.314 mortos em 2014 contra 39 em 2013 – 17.125 feridos contra 3.963 feridos.

Todos estes dados são do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHOA) da ONU e se baseiam em informações de outras agências da ONU, fontes de governo, inteligência e organizações de direitos humanos israelenses e palestinas.

Foram citados no seu relatório anual intitulado  “Vidas Fragmentadas”.

O relatório afirma que a região passa por uma crise que “afeta as vidas dos palestinos, suas liberdades, segurança e movimentação, causada pela prolongada ocupação…ao lado de um  sistema de políticas que solapam a possibilidade dos palestinos viverem uma vida normal e auto-sustentável.”

Acabando a ocupação, os palestinos seriam capazes de desenvolver suas próprias instituições e sua economia, sem precisar de assistência humanitária.

Diz ainda o relatório da OCHOA que os assentamentos e as ações dos assentados violam a lei internacional e contribuem para a vulnerabilidade humanitária das sofridas comunidades palestinas.

Em 2014, a faixa de Gaza foi atacada pelo exército de Israel de uma forma arrasadora.

Foram mortos cerca de 1500 civis, sendo 550 crianças.

Atingidos por bombardeios sucessivos, quarteirões inteiros de habitações acabaram destruídos.

Ainda hoje existem quase 500 mil pessoas desalojadas, vivendo precariamente em abrigos de emergência ou em casas de parentes. Isso representa 28% da população total, o número mais elevado desde 1967.

A reconstrução de Gaza vem sendo retardada pelo bloqueio de Israel, que proíbe ou dificulta a entrada de materiais de construção.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, mais um triste recorde foi batido no ano de 2014: 1.215 palestinos expulsos de suas casas, demolidas pelas autoridades israelenses.

Diante desse quadro dramático, a ONU tem as mãos atadas.

Poderia votar sanções para forçar Israel a retirar suas tropas da Palestina e permitir a independência do país.

Até agora isso tem sido proibido pelo veto dos EUA a tudo que contrarie os interesses de Telaviv.

Estão surgindo indícios de que Obama poderá mudar essa escrita.

 

 

 

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