Delação premiada e exaltada.

Edward Snowden, que denunciou a espionagem dos EUA nos telefones e computadores do mundo inteiro, é considerado um traidor pelas autoridades do seu país.

Por causa dele, o governo americano foi obrigado a engolir críticas de toda parte, até de seus maiores amigos como a premier alemã Angela Merkel.

Entre desculpas, explicações esfarrapadas, “eu não sabia” e justificações, Obama acabou admitindo a necessidade de leis para coibir os excessos das suas agências de segurança.

Apresentou normas específicas, que a maioria das  personalidades liberais e progressistas do país acharam insuficientes.

Enquanto isso, o homem que levou ao máximo seu respeito aos princípios éticos da Constituição dos EUA, sacrificando seu futuro para defendê-los, teve de fugir do país.

Snowden conseguiu asilo na Rússia, sem chance de poder voltar aos EUA onde já se anunciou seria processado e sujeito às penas do Espionage Act, como aconteceu recentemente com o soldado Manning, por revelar as ações condenáveis do seu país no Iraque e no Afeganistão.

Tratado como um criminoso perigoso pela Casa Branca,  Edward Snowden acaba de receber importante reconhecimento do valor do seu gesto: o Prêmio de Sustentabilidade (Right Livelihood Award), o chamado “Prêmio Nobel Alternativo”, conferido por uma fundação sueca politicamente independente.

A cerimônia foi realizada no Parlamento da Suécia, onde foi exibido vídeo mostrando Snowden ao receber a homenagem em Moscou. Grande número de deputados de quase todos os partidos suecos  estiveram presentes.

Na ocasião,  membros do Partido Verde fizeram um apelo ao governo para que concedesse asilo a ele.

O júri do Prêmio de Sustentabilidade afirmou que o jovem americano foi escolhido “por sua coragem e competência ao revelar a extensão sem precedentes da segurança estatal na violação de processos democráticos básicos e direitos constitucionais.”

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