Com o cessar-fogo e a autonomia das regiões do leste, parece que a paz chegou à Ucrânia.
Mas o governo de Kiev pode em breve ter de enfrentar novas lutas.
Desta vez, o inimigo está nas fileiras do seu próprio exército: os batalhões de voluntários.
Para enfrentar os separatistas, o governo Poroschenko recrutou uma série desses batalhões. A maioria deles apresenta grande participação de milicianos de extrema direita.
Eles se revelaram eficientes guerreiros, mais combativos do que os próprios soldados do exército regular, pouco motivados a lutar contra seus patrícios do leste.
Agora, porém, os voluntários não pretendem dar adeus às armas. Sua integração no exército é o objetivo.
No entanto, o governo teme que eles tenham más intenções.
Os batalhões Aidar e Azov são os que preocupam mais.
Seus membros perfilham idéias claramente nazistas.
O Aidar foi denunciado pela Anistia Internacional por violências praticadas contra a população civil, além de possíveis execuções sumárias de rebeldes.
Repórteres do jornal The Guardian investigaram as posições do batalhão Azov e descobriram uma rejeição geral do regime democrático.
Entrevistados, dezenas de milicianos prometeram continuar mobilizados, mesmo depois da paz com os separatistas, para “ levar a luta a Kiev”.
Vários afirmaram seu desejo de destituir o governo Poroschenko e impor uma ditadura.
Unidos, reforçados por membros dos partidos de direita e bem armados, esses grupos poderão causar sérios problemas para as autoridades.