O primeiro-ministro Netanyahu afirmou que atacar escolas da ONU cheias de refugiados é justo e proporcional.
Segundo o estadista, caso não o fizesse, cometeria “um erro moral”, pois estaria permitindo na prática que o Hamas continuasse atirando de dentro delas.
O que, segundo Netanyahu, seria uma grande vitória para os terroristas de toda parte, como o ISIL e al Qaeda. Embora esses dois grupos nada tenham a ver com o Hamas
Portanto, para o chefe israelense, matar civis refugiados nas escolas é um preço que vale à pena pagar para eliminar inimigos que estariam entre eles.
Seria como bombardear casas de famílias das favelas, visando os traficantes moradores no pedaço.
Na verdade, nenhuma fonte independente até agora atestou que os palestinos do Hamas tenham jamais disparado mísseis contra Israel, emboscados em escolas cheias de civis.
Num dos ataques a escolas, o próprio exército israelense limitou-se a dizer que sua intenção era atacar alvos do Hamas nas proximidades.
As mortes de civis nas escolas seriam meros efeitos colaterais.
Em outro ataque, o exército buscava atingir milicianos que passavam de moto em frente à escola bombardeada.
Não haveria como matar os caras do Hamas sem fazer o mesmo com as dezenas de refugiados localizados logo atrás.
Não dá para dizer se Israel ataca escolas da ONU intencionalmente, dentro da estratégia de aterrorizar a população, ou se o faz sem se preocupar com a segurança de civis inocentes.
Em 8 de agosto, o website The Hill publicou dados da ONU sobre a questão.
138 escolas foram destruídas ou danificadas por granadas israelenses, inclusive 49 escolas do governo e 89 das Nações Unidas.
Diz o relatório: ”Restrições de acesso impedem avaliar o impacto das hostilidades e realizar reparos na infra estrutura das escolas atingidas.”
A conseqüência é que, depois do fim da guerra, vai levar ainda muito, muito tempo, para as crianças palestinas poderem voltar a estudar.
As que sobreviverem, é claro.