O rabino Henry Siegman é um dos mais respeitados líderes da comunidade judaico-americana.
Presidente do Projeto Oriente Médio-EUA, Siegman foi diretor executivo do Congresso Judaico dos EUA e do Conselho de Sinagogas de Nova Iorque, duas das principais entidades judaicas do país.
Em entrevista ao Democracy Now, ele fez sérias declarações sobre a guerra de Gaza.
SIEGMAN: “Há um dito talmúdico na “Ética dos Pais” que sustenta: ‘não julgues teu próximo antes de ter estado em seu lugar.’
Portanto, minha primeira pergunta, ao abordar qualquer problema relacionado com a questão israelo-palestina é: o que faríamos se estivéssemos no lugar deles? O que sucederia se a situação se invertesse e dissessem à população judaica: ‘Nós lhes daremos menos de 2% da Palestina. Agora, comportem-se. Nada de resistência e deixem o resto conosco’.
Acaso algum judeu diria que se trata de uma proposta razoável?
Nas circunstâncias atuais, Israel tem direito de fazer o que está fazendo agora e, como o próprio presidente dos EUA afirmou reiteradamente, nenhum país aceitaria viver sob ameaça permanente.
Mas lhe faltou dizer, e isso invalida a afirmação dele, é que nenhum país, nem povo algum aceitaria viver do modo com que o povo de Gaza tem sido obrigado a viver.
Por conseguinte, isso também invalida esta equação moral que põe Israel no papel de vítima.
Nossos meios de comunicação raramente assinalam que os palestinos de Gaza, ou o Hamas, a organização que dirige Gaza, também tem direito a uma vida normal e digna.”