O exército israelense preocupa-se em evitar a morte de civis em Gaza.
Quando pretende bombardear uma região, ele avisa por telefone os habitantes para darem o fora rápido, pois a aviação pretende bombardear tudo.
O fato deles não terem para onde ir não é problema de Israel.
Quando se trata de atacar uma determinada casa ou apartamento, usa-se um sistema diferente.
Lançam um objeto não explosivo sobre o teto e os habitantes, ao ouvirem o barulho, tem alguns minutos para pegarem o que puder e fugirem.
Se não agirem serão considerados “danos colaterais legítimos,” segundo o governo de Telaviv.
Não se leva em conta o fato de Gaza estar constantemente sob ataque, com mísseis e bombas explodindo, o que pode perturbar tanto os moradores das casas alvo do aviso que talvez não percebam o que está acontecendo.
Parece que é verdade: afinal mais de 300 palestinos já foram mortos pelos aviões de Israel, dos quais, segundo a ONU, entre 77% e 80% são civis, além de mais de 60 crianças.
O número de ativistas armados do Hamas mortos – entre 60 e 70 – é pouco maior ao das crianças palestinas também mortas.
Alvejar propositalmente civis é um crime de guerra, conforme o Human Rights Watch.
Mas Israel não fica nisso.
Embora assegure que, graças à perfeição de seus armamentos high-tec, sua aviação está atacando somente objetivos militares.
Seria o caso de um hospital que foi pesadamente danificado ? Dos sistemas de tratamento de água e de esgoto de Gaza, de um centro de reabilitação de deficientes totalmente destruídos.
Sem falar numa reunião de torcedores para assistir à final da Copa do Mundo, alvo da implacável precisão dos mísseis israelenses.