Hagel, secretário da Defesa dos EUA, voltou recentemente da Europa, onde esteve concitando os governos da OTAN a aumentarem seus gastos militares.
Como no passado, o perigo russo foi agitado para justificar esse sacrifício exigido de países ainda se recuperando da grande crise.
Se nos tempos soviéticos, os russos poderiam ser bichos-papão temíveis, atualmente isso é duvidoso, ainda mais para um continente que depende do gás deles para não morrer de frio.
Além de manter com Moscou algumas centenas de bilhões de dólares em negócios anuais.
Do que depender do povo alemão, Hagel ficaria pregando no deserto.
Em pesquisa da Forsa para a revista Internationale Politik, 74% dos alemães consultados foram contra a instalação de bases permanentes da OTAN nos vizinhos Polônia e Países Bálticos, como “para-choques” diante da Rússia.
O general americano Breedlove, comandante da OTAN, quer exatamente o contrário: bases permanentes não só nesses países como também em todos os antigos satélites soviéticos da Europa Oriental.
Enquanto a decisão sobre o assunto não é tomada, a OTAN, por via das dúvidas, já triplicou o número de aviões de caça baseados nos Países Bálticos.
E o presidente Obama anunciou o investimento de 1 bilhão de dólares no fortalecimento da presença militar da OTAN na Europa Oriental.
O que causou protestos do ministro do Exterior russo, Lavrov. Ele alegou estar sendo violado acordo de 1997, quando Rússia e OTAN concordaram em evitar o estabelecimento de forças convencionais que ameaçassem potencialmente regiões que incluíssem o Centro e o Leste da Europa.
O Ocidente tem uma interpretação diferente desse acordo. Essa proibição não existiria.
Para não serem envolvidas nessa briga de cachorros grandes, dois países, outrora satélites do regime soviético, a República Checa e a Eslováquia, já disseram que não querem saber de bases da OTAN em seus territórios.