No filme “Desaparecido” (Missing), um jornalista americano é preso pelo exército durante o golpe militar chileno.
A pedido da companheira dele, seu pai, próspero industrial americano, viaja para Santiago para procurar libertá-lo.
Mas ele sumiu nas prisões militares.
Os diplomatas do consulado americano fingem prestar ajuda. O pai acaba percebendo que está sendo iludido – que os diplomatas do seu próprio país são coniventes com a repressão.
A realidade é que o jornalista foi assassinado pelas forças de segurança, como milhares de outras pessoas.
Desiludido, o pai e a moça voltam para os EUA.
A história em que se baseou o filme é verdadeira e só agora, 41 anos depois, chega ao fim.
Sentença de uma corte judicial americana declara que a inteligência militar dos EUA foi co-responsável pelo assassinato, em 1973, de Charles Horman e Frank Teruggi, o jornalista do filme.
Ray E. Davis, oficial da Marinha americana, levou aos órgãos de segurança golpistas informações sobre atividades dos dois.
Era a sentença de morte de Horman e Teruggi.
A decisão judicial denuncia que os assassinatos “eram parte de uma operação conjunta secreta de troca de informações sobre atividades políticas de cidadãos americanos nos EUA e no Chile, executada pelo US Milgroup in Chile.”
Foi o ‘the end’ de mais um drama cruel, produzido e dirigido pela ditadura chilena, sob os auspícios do então Secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, comprovadamente um dos autores intelectuais do golpe.