Se a pobreza no Brasil aumentou ou não, parece discutível.
O certo é que no Reino Unido, ela dobrou desde 1980.
Chocante, ainda mais porque, no mesmo período, a economia do país cresceu duas vezes mais.
É o que prova estudo do The Poverty and Social Exclusion Project.
Ele informa que 33% das famílias tinham de suportar baixas condições de vida – definidas como não dispor de três ou mais “necessidades de vida básicas”, como poder adequadamente alimentar e vestir a si e a sua família, aquecer e garantir a posse de seus lares.
Em 1980 a situação era muito melhor: apenas 14% das famílias dispunham destas condições.
Outros detalhes apresentados pela pesquisa sobre a situação atual do problema foram:
– quase 18 milhões de inglesess (numa população de 63 milhões de habitantes) vivem em habitações inadequadas;
– 12 milhões são pobres demais para participar de atividades sociais tais como divertir-se com amigos ou comparecer a todas as reuniões de família que desejariam;
– 33% das famílias não podem pagar adequadamente pelo aquecimento dos seus lares (No inverno inglês, o frio é barra);
– 4 milhões de adultos e crianças não podem se alimentar saudavelmente;
– 5,5 milhões de adultos não possuem as roupas essenciais à vida diáreia;
-2,5 milhões de crianças vivem em casas degradadas;
– 25% dos adultos ganham rendimentos abaixo do necessário para sair da pobreza;
– 20% dos adultos precisam normalmente tomar dinheiro emprestado para pagar suas despesas do dia-a-dia.
Muito triste num dos países mais ricos no mundo, cujo governo muitas vezes se põe a ensinar países pobres como devem gerir suas economias.
O professor David Gordon, do Townsend Centre for Internacional Power Research da Universidade de Bristol acha que a política do governo conservador para combater a pobreza falhou: “A evidência de alta qualidade científica da pesquisa mostra que a pobreza e a privação aumentaram. Os pobres estão sofrendo com uma pobreza mais profunda, o abismo entre os pobres e os ricos está ficando cada vez maior.”