O Partido Republicano fez o que parecia impossível. Aprovou ideias que tornam George Bush parecer um liberal de esquerda.
Bush, ao menos teoricamente, mostrou-se favorável à tese dos dois estados independentes na Palestina, que fora aprovada por toda comunidade internacional, inclusive Israel.
Houve momentos em que até procurou defender a aplicação dessa tese, tentando harmonizar as partes. É bem verdade que sua concepção dos dois estados independentes não diferia do governo israelense.
No dia 13 de janeiro, o Comitê Nacional Republicano, reunido em Nova Orleans, condenou taxativamente a tese dos dois estados. Coisa que Netanyhau deseja, mas não tem coragem de declarar em publico.
Atualmente, nos termos dos acordos de Oslo, parte da Cisjordânia é governada diretamente pelo exército israelense. E a outra parte é, não exatamente governada, mas administrada pela Autoridade Palestina, sempre sujeita ao governo de Telaviv. Na parte administrada pelos palestinos vigoram leis tanto israelenses, quanto jordanianas e palestinas.
Essa situação é provisória. A comunidade internacional espera que, um dia, toda a Cisjordânia, mais Jerusalem Oriental venham a constituir o novo estado palestino, ao lado do estado de Israel.
Num curioso comunicado, os republicanos apelam para o Velho Testamento para proclamar que a Palestina (incluindo a Cisjordânia) não deve ser dividida, mas sim ser um estado uno, governado somente por Israel e suas leis. Aos árabes palestinos caberia o papel de abaixar a cabeça e obedecer.
Veja a conclusão da reunião do Comitê Nacional do Partido Republicano: “Os membros deste conselho resolvem apoiar Israel em seu direito, natural e dado por Deus, de governar-se e defender-se em suas próprias terras, reconhecendo que Israel não é nem uma força atacante nem ocupante de terras alheias; e que a paz só pode ser conseguida na região através de um governo único, sob uma única lei, para todo o povo.”
Nem a maioria do povo israelense, segundo as pesquisas, é favorável a
posição tão exótica.