O Secretário de Estado John Kerry diz que os terroristas são apenas 15% dos rebeldes. Sua intenção era minimizar a participação desse pessoal, que tem feito os EUA hesitarem em armar as forças da revolução.
Já para o Presidente Assad todo o exército adversário é formado somente por terroristas. Trata-se de mera propaganda, para rebaixar seus adversários.
Ambos estão errados, segundo o IHS JANE`S conceituada organização, especializada em inteligência em segurança e defesa, com 100 anos de vida.
Para ela, as forças armadas rebeldes contariam com cerca de 100 mil soldados.
10 mil comandados pela al-Qaeda.
Entre 30 e 35 mil seriam jihadistas – membros de movimentos empenhados numa” guerra santa” contra o Ocidente e os traidores do Islã (como consideram Assad ). Não são propriamente liderados pela al-Qaeda, mas seus aliados.
30 mil perfilhariam uma forma moderada de islamismo, defendendo inclusive a democracia.
Os demais 30 mil seriam combatentes seculares, em geral islamitas mas contrários a um Estado religioso.
Está havendo um antagonismo crescente entre seculares e islamitas moderados, agrupados na FSA, de um lado; jihadistas e terroristas, do outro.
Os primeiros não costumam praticar atentados, nem torturas ou execuções extra- legais. Coisas habituais, por parte dos outros.
O pessoal das chamadas tropas democráticas gostaria de dispensar seus parceiros fundamentalistas para agradar aos EUA e ao Ocidente.
E assim conseguir maior apoio militar externo.
Até recentemente o rompimento não valia muito à pena.
Os grupos da al-Qaeda e afins são os combatentes mais eficients da revolução, por terem melhores equipamentos, melhor treinamento e mais experiência. Muitos já lutaram no Afeganistão e no Iraque, contra russos, americanos e ingleses.
Mas agora a situação está se radicalizando.
A aL-Qaeda provocou uma guerra com os curdos, até então neutros, depois de atacar várias cidades desse povo.
Já aconteceram vários choques entre o FSA (exército oficial da revolução) e os movimentos extremados.
No incidente mais grave, militantes da al-Qaeda assassinaram, em julho, Kamal Hamami, um dos principais comandantes do FSA.
Mais recentemente, o lider da aL-Qaeda na Síria, Ahman al-Zawahri, conclamou seus guerreiros e evitarem qualquer aliança com os seculares.
Por outro lado, o novo primeiro- ministro da Coalizão Nacional Síria, o islamita moderado Ahmed Tumeh declarou à agência Reuters, que a oposição deve confrontar a al-Qaeda ideologicamente, pois “o povo está sofrendo com o comportamento dos militantes.”
E acrescentou; “As pessoas buscam a liberdade em vez de um despotismo mais profundo.”
Claro, esta divisão nas fileiras dos seus adversários recebe entusiásticas palmas de Assad.