Parece que os países do Mercosul tinham razão em rejeitar a ALCA, o acordo de livre comércio com os EUA.
A Colômbia topou. E se deu mal.
Os pequenos agricultores do país estão descobrindo por experiência própria.
E duramente.
Eles alegam que, não podem concorrer em preço com os produtos agrícolas importados sem impostos dos EUA, principalmente, e também do Canadá e Europa, em menor escala.
A partir de 19 de agosto, dezenas de milhares de agricultores e caminhoneiros bloquearam as estradas, em sinal de protesto, causando problemas nos abastecimentos das cidades.
Enquanto isso, estudantes, profissionais liberais e trabalhadores iniciaram manifestações em protesto contra os acordos de livre comércio com os EUA e outras potências.
Bogotá foi sacudida por um panelaço-monstro, em solidariedade ao protesto.
O governo reagiu, mobilizando nada menos do que 50 mil soldados, que entraram em choques com os manifestantes, resultando em muitos feridos, alguns mortos e na prisão de 150 pessoas.
A principio, o presidente Santos quis menosprezar a situação. Disse que a “suposta greve de agricultores não existia.”
Mas logo admitiu seu erro: “Reconhecemos que os protestos dos agricultores respondem às suas necessidades e problemas”.
Pediu desculpas, admitindo que o livre comércio ameaçaria os meios de vida dos agricultores colombianos.
Nomeada por ele, uma comissão discutiu a questão com os setores atingidos.
As soluções que surgiram foram apresentadas pelo presidente Santos e recusadas pelos agricultores como insuficientes.
Eles concordaram em desbloquear as estradas, mas as passeatas continuam.
Os acordos de livre comércio entre EUA e América Latina, a ALCA, são uma herança de George Bush, mantida fielmente por Barack Obama.
O presidente Juan Manuel Santos tem boa vontade e procura ser justo.
Daí a enfrentar o presidente dos EUA, retirando a Colômbia da ALCA, vai uma grande distância.