Conservadores ingleses contra armar rebeldes.

A decisão de Obama de armar os rebeldes sírios recebeu críticas de fontes inesperadas.

Assim se pronunciou Boris Johnson, prefeito de Londres, uma das principais estrelas do Partido Conservador, do primeiro- ministro inglês, David Cameron.

Em artigo no Daily Telegraph, ele justificou sua posição por considerar “impossível” evitar que as armas doadas pelo Ocidente caíssem nas mãos da al-Qaeda.

“Este é o momento para um cessar fogo total”, escreveu Johnson. ”É o momento para os EUA, Rússia, Europa Unida, Turquia, Irã, Arábia Saudita e todos os países promoverem uma conferência intergovernamental para tentar interromper a carnificina…não conseguiremos um cessar fogo colocando armas nas mãos de maníacos.”

Além dele, o liberal Nick Clegg, vice primeiro- ministro, muitos parlamentares dos três partidos principais e o arcebispo de York, John Sentamu, protestaram contra a decisão dos EUA e aliados europeus de armar os rebeldes.

Lord Dannatt, ex- chefe das forças armadas britânicas declarou temer que seu país acabasse, posteriormente, intervindo na guerra.

Nos EUA, os falcões do Congresso protestaram. Mas por outra razão, bem diferente.

Acham que fornecer armas leves, como Obama pretende, é insuficiente. Querem que seja criada uma zona de exclusão aérea, como passo intermediário antes da invasão e mudança do regime.

O senador republicano John McCain sintetizou sua opinião: para ele, a participação dos EUA como está proposto é “pouco demais, tarde demais.”

Por enquanto, Obama vai ficar nisso, pois não quer tomar atitudes precipitadas, que depois podem se provar erradas, como aconteceu com Bush na invasão do Iraque.

Assim afirmou seu assessor, Dennis McDoonough.

E reafirmou o representante dos EUA na OTAN, dizendo que “ninguém está pensando em zonas de exclusão aérea”. Nem seu governo, nem os governos dos aliados europeus.

No momento, se espera pela reunião para negociar a paz, marcada para Genebra em data indeterminada.

E os adversários na Síria preparam-se para a luta por Alepo, a segunda cidade do país.

Se Assad vencer, a guerra já era.

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