Rouhani: uma luz nas trevas da política iraniana.

Ele não é tão falado quanto o vetado Rafsanjani, mas Rouhani poderá representar algo de muito positivo, caso for eleito.

Nada menos do que uma luz no fim do túnel da questão nuclear iraniana.

Rouhani foi membro do ministério de Khatami, o presidente reformista que tentou democratizar o Irã e fazer as pazes com o Ocidente.

Na qualidade de chefe dos negociadores de Teerã na discussão do programa nuclear, em 2005, ele apresentou uma proposta bastante sensata que poderia realmente resolver o impasse.

Propunha a presença permanente dos fiscais da IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica) nas instalações de enriquecimento do país, a conversão imediata de todo o estoque existente de urânio enriquecido em bastões de combustível para uso na geração de energia (impedindo posteriores enriquecimentos) e o fim do processamento dos bastões de combustíveis gastos, eliminando-se a possibilidade da produção de plutônio.

Em troca, queria apenas que os países do grupo 5 + 1(EUA, Alemanha, Reino Unido, Rússia, China e França) não se opusessem à continuação do programa nuclear pacífico iraniano.

Era um bom negócio para os governos do Ocidente pois teriam apenas de aceitar algo que já era um direito inalienável do Irã, de acordo com o artigo 4.1, do Tratado de Não- Proliferação Nuclear.

Mas estávamos em pleno governo Bush.

Ele não admitia que o Irã possuísse uma única centrífuga…

E os EUA e seus liderados da Europa recusaram a proposta iraniana.

Se Rouhani se eleger presidente, é possível que ela seja reapresentada.

Será que Obama toparia?

Em 2009, John Kerry, então presidente do comitê de relações externas do Senado, declarou ao Financial Times que o Irã “…tinha direito à energia nuclear para usos pacíficos e ao enriquecimento (do urânio) em função desse objetivo”.

Foi categórico.

Obama pode contrariar a opinião do seu secretário de Estado na questão.

É até provável, dificilmente ele enfrentaria Bibi e seus aliados do Israel, first, que dominam o congresso americano.

Mas é estranho que ele venha a contrariar a posição de quem, como secretário de Edstado, tem a responsabilidade de conduzir a política externa dos EUA, numa das  questões internacionais mais relevantes.

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