Os EUA começaram a transferir para os afegãos os 3 mil detentos da prisão de Bagram em setembro último.
Trata-se de parte do plano de passar a segurança do país para autoridades locais até 2014.
Logo surgiu um problema.
Os americanos mantém em Bagram muitos prisioneiros considerados perigosos, que não podem ser julgados e condenados pois não há provas contra eles.
Queriam que os afegãos também os conservassem presos.
Mas, aí, surpresa!
O presidente Karsai, imagine, deu uma lição ao “país da democracia”.
Nada feito, ele não topava: ““Agora, a prisão de Bagran se tornará uma prisão regulamentar do Afeganistão onde os inocentes serão libertados e o resto dos prisioneiros serão sentenciados de acordo com as leis do Afeganistão.”
Mas autoridades yankees não gostaram nada do atrevimento de Karsai e pararam de lhe entregar os presos, enquanto tratavam de persuadi-lo a ser mais compreensivo.
Levaram 6 meses discutindo mas, afinal, Karsai entregou os pontos depois de uma conversa telefônica com Obama.
Conforme informação oficial, as partes concordaram em “conservar detentos perigosos fora do campo de batalha e trabalhar em parceria na prisão, de forma consistente com a soberania afegã.”
Comentando a posição americana, disse Tina M. Foster, diretora executiva da International Justice Network :”Ao contrário dos objetivos estabelecidos pela administração Obama de incrementar a soberania afegã e fortalecer o império da lei, este aspecto da transição deixará um legado perigoso de poder sem controle e sem limites nas mãos de quem quer que chegue ao governo do país depois que as forças da coalizão se retirarem.”
É simples assim.