100 milhões contra Obama.

Adelson, bilionário magnata judeu-americano, proprietário de cassinos em Las Vegas e Macau, declarou que doará 100 milhões de dólares para derrotar Obama.

Claro ele apóia Romney, que o trata com a consideração que sua fortuna merece.

Adelson tem um canal direto de comunicação com o candidato republicano.

“Já conversei com ele muitas, muitas, muitas vezes”, informou ao The Jewish Journal, em março.

Os dois concordam na maioria dos principais assuntos, segundo o assessor-chefe do magnata. Mas em dois pedidos feitos por ele, Romney não deu respostas diretas.

Fanático defensor das políticas da direita israelense, Adelson pediu que Romney prometesse mudar a embaixada americana de Telaviv para Jerusalém, o que representaria, de fato, o reconhecimento da anexação de Jerusalém Oriental por Israel, rejeitada pelos palestinos.

O republicano afirmou que, caso eleito, discutiria esse assunto com o governo de Israel.

Dá para adivinhar qual seria a resposta de Netanyahu, não é mesmo?

Adelson também gostaria que Romney concedesse anistia a Pollard.

Trata-se de um espião que enviou a Israel importantes segredos militares.Nesse país ele é um herói – há até uma rua com seu nome.

O problema é que esses segredos militares eram americanos.

Pollard os estava roubando do país que é o maior amigo e protetor de Israel.

Isso deixou os americanos furiosos.

Depois de tudo que fizeram por Israel – o país  que recebe mais ajuda externa americana e mais armamentos avançados, que os EUA defendem nos foros internacionais, mesmo em situações claramente injustas, sujando-se com os povos árabes.

E a coisa ainda se agravava porque entre os documentos interceptados estavam alguns dos mais importantes segredos do establishment da inteligência americana.

Aí, não houve jeito, israelense ou não, patriota ou não, Pollard foi julgado e pegou prisão perpétua.

Os israelenses não gostaram nada.

Afinal, estando os dois países do mesmo lado, unidos como irmãos siameses, não havia nenhum mal em um deles colocar-se a par dos segredos militares do outro, ainda que por meios, digamos, não convencionais.

Em diversos momentos,  dignatários  israelenses  pediram a libertação de Pollard.

Uma lista com dezenas de milhares de assinaturas, algumas de ilustres políticos, generais, empresários e professores, foi enviada em favor do perdão.

Os vários presidentes americanos que receberam todo esse volume de solicitações até que vacilaram.

Mas os homens dos serviços secretos dos EUA foram implacáveis, recomendando duramente a recusa devido a gravidade da espionagem.

Em 1998, George Tenet, então diretor da CIA, ameaçou pedir demissão caso o Presidente Clinton atendesse aos israelenses.

Em 2011, Netanyhau fez sua tentativa, mas Obama também disse não.

Adelson, do alto de sua fortuna calculada em mais de 26 bilhões de dólares, solicitou a Romney a promessa de libertar Pollard.

Romney ficou mal.

Não queria contrariar seu grande financiador e o governo de Israel, mas também não queria criar caso com o pessoal de inteligência dos EUA.

Habilmente, subiu no muro: declarou que não podia dizer nada,  pois estava por fora.

Assim que tomasse posse do governo, faria uma revisão cuidadosa da questão, antes de se decidir.

Parece que Adelson não ficou muito feliz.

Nem por isso seus 100 milhões de dólares ficarão retidos na sua carteira.

Uma parte, aliás, já está na campanha de Romney. E o que resta vai seguir o mesmo caminho, pois ele e o republicano “concordam na maioria das questões principais”.

O que é assustador.

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