Israel oferece e ameaça.

O governo de Israel deseja impedir de todo jeito que os palestinos peçam sua independência
à Assembléia Geral da ONU,em setembro.
Ele sabe que a maioria dos países aprovaria esse pedido. E por imensa diferença.
Seria uma vitória moral, com conseqüências indesejáveis para Telaviv.
Ficaria sacramentado que o território do futuro estado palestino se localizaria nos limites de 1967, incluindo Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza.
Além disso, a Palestina seria incluída na ONU como país não-membro, o que lhe daria direito de processar Israel na Corte Internacional de Justiça.
Sem falar que a vitória dos palestinos daria um grande alento aos movimentos pelo boicote dos produtos dos assentamentos, em todo o mundo.
Para evitar todos estes fatos, Israel ofereceu à Autoridade Palestina, em troca de sua desistência de ir à Assembléia da ONU, a libertação de 50 presos e o direito de desenvolver campos de gás no litoral de Gaza. O que renderia 4 bilhões de dólares, se bem que a Autoridade Palestina só poderia ficar com 10%, já que Israel já concedeu a maioria dos direitos à British Gas.
Cabe aqui uma pergunta: se os campos de gás ficam no litoral de Gaza não deveriam pertencer a Gaza?
Israel celebrou um acordo com a British Gas para a exploração dessa riqueza quando Gaza estava sob sua ocupação.
Agora que é independente, teria obrigação de respeitar esse acordo, no qual todos os lucros vão para o exterior?
De qualquer maneira, ao oferecer sua proposta à Autoridade Palestina, Israel reforçou-a com ameaças: declarou que um pedido de reconhecimento da independência da Palestina seria “uma grave violação”.
Segundo estudo de especialistas palestinos, as conseqüências dessa “grave violação” seriam o cancelamento do processo de paz, a anexação de parte da Margem Oeste e restrições ao comércio e aos movimentos dos palestinos.
Se for só nisso, na prática muda pouco.
O processo de paz, parado desde 2008, já morreu.
A Margem Oeste só não está anexada formalmente. De fato, já aconteceu há muito tempo.
Mais restrições ao comércio e movimentos dos palestinos ainda podem ser feitas, apesar das existentes já serem  mais do que excessivas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *