Ataque ao Irã já tem data.

Autoridades top do governo israelense informaram a diplomatas ocidentais que o bombardeio do Irã será depois da quinta reunião de discussão do Irã nuclear.

Israel conta como certo o fracasso dessas reuniões.

Sabe que o acordo proposto pelos EUA, e apoiado servilmente pelo Reino Unido, França e Alemanha, nunca poderá ser aceito pelo governo de Teerã.

De fato, trocar a suspensão do enriquecimento do átomo a 20% e a entrega de todo o estoque desse material pelo direito de importar peças de avião, é brincadeira.

De outro lado, recusar in limine a contra proposta iraniana de atender às exigências ocidentais, desde que EUA e Europa anulem as sanções contra o Irã e reconheçam seu direito de enriquecer o átomo (absolutamente legal, aliás) é coisa de quem não quer fazer negócio.

Como a quarta reunião entre Irã e potências será em julho, provavelmente a quinta acontecerá em agosto.

A partir deste mês, os israelenses consideram que, como a diplomacia fracassou, só resta lançar mão da única opção que ficou na mesa: a guerra.

Obama vai fazer tudo para amenizar o furor belicoso de Netanyahu.

Em primeiro lugar, por que caso Bibi ataque, os EUA terão de ir com ele. O que não pegaria bem junto ao povo americano, farto de tantas guerras. E poderia prejudicar a reeleição de Obama.

Em segundo lugar, porque o bombardeio do Irã provocaria uma guerra regional, levando o preço do petróleo para as alturas. Ruim para os EUA e péssimo para a Comunidade Européia, cuja economia está em situação pior do que a americana.

Na minha opinião, Obama convenceu os líderes da Europa a apoiar o bloqueio econômico do Irã, garantindo que seguraria Netanyahu. Não creio que fosse tão grande sua submissão à Casa Branca que os levasse a aceitar embarcar no barco dos EUA sem a certeza de que isso não poderia ter um efeito colateral altamente lesivo às suas economias.

Mas, por mais que Israel  não queira desagradar Obama, seu governo já convenceu a população da ameaça terrível de um possível Irã nuclear. Difícil recuar. Mesmo porque, Netanyahu e afins querem a guerra, pois sabem que os americanos terão de aderir.

Eles  demonstraram pouca preocupação com as perdas humanas. Barak, o Ministro da Guerra, já falou que morreriam “só” uns 500 cidadãos israelenses. Seria um preço barato para conseguir a destruição do Irã, o inimigo-mor.

Obama espera que Israel seja compreensivo e adie o ataque por 3 meses, para depois das eleições americanas.

Assim todos ganhariam: ele, mais chances de se reeleger e Israel a vantagem de ter de enfrentar um Irã ainda mais combalido pelas sanções, que ficarão ainda mais duras, a partir de julho, quando começa a vigorar o bloqueio europeu.

 

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