Depois que a aviação americana atacou um posto paquistanês de fronteira, matando24 soldados por engano, as relações entre os 2 países entraram em crise.
O governo de Islamabad, protestou, exigindo desculpas. Obama lamentou o incidente, mas desculpas, só depois de investigar tudo.
Diante disso, o Paquistão retaliou: fechou uma base de lançamento de aviões sem piloto americanos – os drones ; proibiu que eles continuassem atacando alvos no Waziristão do Norte e fechou a estrada usada pelos EUA para transportar suprimentos ao seu exército no Afeganistão.
A base e a estrada permaneceram fechadas, mas os drones, um mês depois de proibidos, voltaram a bombardear e matar, tanto talibãs quanto camponeses inocentes.
Enfurecido, o Parlamento paquistanês declarou, por unanimidade, que os EUA deveriam parar imediatamente de violar sua soberania através dos ataques por aviões sem piloto.
Decretou ainda: proibição dos soldados americanos invadirem o território paquistanês, perseguindo talibãs em fuga, e interdição do uso do território ou do espaço aéreo pelos americanos para levar suprimentos às forças da Nato no Afeganistão.
O Primeiro-Ministro Gilani, emocionado, assegurou que todas as recomendações do Parlamento seriam concretizadas pelo governo.
Repetindo Shakespeare, não passaram de “words, words,words”.
Obama negou-se a parar com os vôos dos aviões sem piloto, como se ele, e não o Paquistão fosse dono do seu espaço aéreo.
Afirmou que o que importava era a reabertura da estrada para o Afeganistão pois os carregamentos de suprimento já estavam fazendo muita falta aos exércitos dos EUA e da OTAN.
Algum tempo depois, a informação oficial de Islamabad é que os deputados condicionavam a abertura das fronteiras ao fim dos vôos dos aviões sem piloto.
Aparentemente, o país renunciou ao seu direito de proibi-los sem mais conversa.
Não era bem isso que tinha sido decidido, não é mesmo?
Mas, as coisas ficaram ainda mais diferentes, algum tempo depois.
Na semana passada, o porta voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Abdul Basit, confirmou que os dois lados estavam chegando a um acordo sobre a reabertura das fronteiras.
Possivelmente, tudo se resolveria – violação da soberania, matança de inocentes – mediante uma taxação paga pelos caminhões de suprimentos.
E ainda há quem diga que o dólar não é mais rei.