Uma defessa com muitos furos aproxima Netanyahu da cadeia

Uma defesa com muitos furos aproxima Netanyahu da cadeia.

Biden celebrou entusiasmado a ordem de prisão de Vladmir Putin, decretada pelo ICC

Como o autoproclamado defensor dos direitos humanos e das leis de guerra, o presidente dos EUA afirmou que, não importa a alta posição do indiciado, numa democracia, todos são iguais perante a lei.

Menos para Israel, ele esqueceu de dizer.

Agora ele se lembrou, quando ele clamou como ”ultrajante” a ordem de prisão de Netanyahu e seu ministro da Defesa, solicitada pelo procurador-chefe do ICC, Karim Khan, aos juízes dessa corte.

Por sua vez, Bibi subiu nas tamancas, para ele a ordem de prisão seria “um ultraje moral de proporções históricas”. e  o procurador Khan estaria colocando-se “entre os maiores antissionistas dos tempos modernos”.

Afinal, depois de Israel passar tantos anos pintando e bordando, violando direitos humanos e leis de guerra, coma tolerância dos excelsos países europeus e a proteção dos EUA, alguém qualificado ouse propor sua prisão à suprema corte judiciária mundial.

Todos os países amigos, sempre compreensivos com certas malazartes que as circunstâncias obrigam Israel a cometer, deveriam correr em apoio ao chefe sionista.

Decepção, apenas os EUA e seu fiel acólito, o Reino Unido, mais a Alemanha, a  República Checa , além de uns poucos outros países puseram-se contra o ataque a Bibi e seu ring brother.

Já a União Europeia disse que cumprirá a decisão dos juízes do ICC. O Japão ficou em cima do muro. Na França, Macron  considerou que era preciso respeitar as regras democráticas. A Austrália, a Itália, o Brasil, a Espanha, a Irlanda, a Noruega, a Colõmbia…Todos estes estados e mais alguns, cujos nomes me fogem, ponderaram que, sendo a ordem de prisão decretada pela corte do ICC, eles teriam de obedecê-la.

Biden continuou fiel a Bibi e a Israel.

Preocupado com as repercussões eleitorais da sua posição pró-Israel, Biden procurou justificar sua condenação da petição do dr.Khan, sibilando: ’Não há nenhuma equivalência entre Israel e o Hamas.”

Será?

O que me dizem do costume de matar civis do outro time, como aconteceu no atentado do Hamas em 9 de outubro e vem acontecendo nos bombardeios de Israel sobre Gaza, que.

Mesmo que o procurador-geral do ICC colocasse os líderes rivais em petições diferentes eles continuariam acusados da prática de  violações semelhantes dos direitos humanos e das leis de guerra, que constam do pedido de prisão.

Outro ponto básico das críticas à peça acusatória é de sustentar uma equivalência moral entre Israel  – um país democrático, com eleições livres -e o Hamas – um bando de terroristas brutais e sem leis.

Com esta comparação ficaria inegável a suposta parcialidade do procurador do ICC .

Acho que parcial é esse raciocínio,

Um país com apartheid, que expulsa palestinos de suas terras e casas, cujo exército (autoproclamado o mais moral do mundo) bombardeia hospitais, escolas, universidades, templos religiosos e quarteirões residenciais, matando até agora 36 mil civis inocentes e transformando cidades inteiras em montes de escombros não é propriamente um exemplo de moralidade.

Além dessas bizarras maquinações ,o discurso israelense também inclui refutações jurídicas.

A primeira nega ao ICC o direito de julgar israelenses – pois Israel não é membro do ICC e a Palestina não e uma nação.

Depois de aprovar a ordem de prisão de Putin, num caso igual ao presente, Biden não tem direito de fazer essa alegação.

Mas Bibi tem, pois não se manifestou sobre  a legalidade da desdita de Putin,

Não quer dizer que esteja certo.

O ICC foi fundado por cerca de 130 nações para julgar crimes contra as leis humanitárias internacionais. Seus juízes já decidiram  anteriormente que: a) A Palestina é um pais pois assim foi qualificada pela ONU; b)A Alçada do ICC inclui julgar fatos acontecidos também em países não-membros , como Israel.

Finalmente, garantem os juristas israelenses que a Justiça de Israel está totalmente apta a julgar seus cidadãos violadores dos direitos humanos.

Os fatos comprovam o contrário.

Um estudo da B´Tselem, respeitada ONG de Ísrael, mostra que no período 2000/2015 essa organização pediu a investigação de 731 casos em que soldados mataram, espancaram ou feriram palestinos, usaram-nos co9mo escudos humanos ou danificaram suas propriedades.

Em um quarto desses casos (180) sequer foram investigados, em quase metade (343)a investigação foi encerrada , sem que qualquer iniciativa fosse tomada e em apenas 25 casos houve um procedimento legal. Cerca de 12 casos relacionavam-se a questões disciplinares, enquanto muitas investigações ainda estavam em curso em 2016, quando da publicação do relatório do B´Tselen.

As chances de queixas contra violências de soldados israelenses levarem a um indiciamento são de apenas 3%.

Em uma pesquisa relativa a fatos sucedidos em 2018 verificou-se que´223 palestinos foram mortos pelas forças de segurança, 46 eram menores de idade e 8 mil sofreram ferimentos. Até agora, nenhuma investigação séria foi realizada pelas autoridades israelenses.

Diante de resultados assim, entende-se por que o ICI considerou necessário assumir o julgamento dos cidadãos incursos em crimes contra os direitos humanos e as leis de guerra.

Era de se esperar  que Bibi, o fiel Biden e os parças da dupla tentassem contestar as acusações citadas na petição de Khan.

Mas eles não o fazem, talvez porque fosse difícil contestar o óbvio.

Para O famoso jornalista israelense Gideon Levy, a massa dos seus concidadãos se expressa de forma bastante concreta. Diz ele que: “O único argumento que se ouve atualmente em Israel é que o juiz é um filho da puta”.

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