Tiro no pé.

A apresentação de Netanyahu no Senado americano tinha dois objetivos: melhorar sua posição nas pesquisas das eleições israelenses de 17 de março e ajudar a destruir o acordo nuclear com o Irã.

Não conseguiu nada.

Alguns dias depois do evento, pesquisa do Maaravi Soft Hashavia mostra que a oposição continuaria com dois deputados a mais do que o Likud, partido do primeiro-ministro. Os mesmos números anteriores.

Haveria um empate no Parlamento entre os partidos de direita e os oposicionistas de centro e de esquerda. Cada grupo com 56 deputados.

A fala do líder israelense, nos dias logo após jorrar, quando, portanto, deveria ter maior impacto, mudaram pouco ou nada as intenções de voto dos israelenses.

Já o efeito Netanyahu nas intenções de voto dos parlamentares americanos não foi propriamente nulo: foi negativo.

Os republicanos e lobbies pró-Israel pretendem aprovar uma lei que dá ao Congresso dos EUA poder de veto sobre o acordo nuclear iraniano. Ou, se não conseguirem, outra lei estipulando novas sanções.

Em qualquer das opções, seria o fim das negociações com o Irã.

Obama já disse que vetaria qualquer delas.

Contava-se que Netanyahu influenciaria fortemente os congressistas democratas indecisos, completando assim o número de votos necessários à derrubada do veto presidencial.

Apesar  do Senado estar cheio e do entusiasmo dos presentes, que 40 vezes interromperam com aplausos o discurso anti-Irã, quem interessava atingir fechou a cara.

De acordo com o Politicus USA, o discurso unificou os democratas em defesa da posição de Obama.

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