Em discurso no Forum Global de Contraterrorismo, em Istambul, Hillary Clinton pintou um quadro assustador.
“O núcleo da Al Qaeda que fez o 11 de setembro”, afirmou a Secretária de Estado,”pode estar a caminho do fim, mas a ameaça (terrorista) expandiu-se.”
Em outras palavras, o perigo aumentou.
Não é o que as estatísticas dizem.
O relatório do Centro de Contraterrorismo Nacional (dos EUA), de 2011, recentemente publicado, documenta uma ameaça em declínio da Al Qaeda e do terrorismo não-estatal.
Segundo estudo no Christian Science Monitor, no ano passado, o total dos ataques terroristas diminuíram em 12% em relação a 2010, e em 29% em relação a 2007.
Portanto, de ano para ano, o terror vem diminuindo.
Em 2011, houve 10 mil atos terroristas, matando cerca de 13 mil pessoas. ¾ das mortes aconteceram em apenas 4 países: Afeganistão, Iraque, Paquistão e Somalia. Em todos eles, os EUA intervieram militarmente quer invadindo e ocupando terras alheias, quer atacando-as com drones.
Entre as 13 mil vítimas, apenas 17 eram cidadãos americanos, dos quais 15 foram mortos no Afeganistão, em zonas de combates. A maioria era de mercenários ou funcionários a serviço do governo local.
Nos EUA não aconteceu um único atentado terrorista.
É certo que a Al Qaeda entrou com mais força no Yemen. Em compensação, sua ação no Afeganistão reduziu-se praticamente a nada.
Os números mostram que, ao contrário do que Hillary garante, o terrorismo está em decadência, embora ainda não seja um dragão sem dentes.
A verdade é que ao governo americano convém exagerar a força do terrorismo para justificar a necessidade dos poderes extralegais de que dispõe agora.