Sai a OTAN, entram os talibãs.

Aproxima-se a data da retirada quase total das forças da OTAN (ficarão uns 10 mil americanos) e as coisas continuam preocupantes.

Os exércitos ocidentais estão aos poucos saindo das províncias, passando o controle para o governo.

O problema é que esse processo vem sendo feito de forma precária: o espaço abandonado pela OTAN não é preenchido rapidamente pelas tropas afegãs, deixando um vácuo que os talibãs podem ocupar.

Em Nuristan, o chefe da polícia, general Ghulamullah, informou à BBC que 5 dos 8 distritos da província estão em vias de cair sob o domínio dos rebeldes.

“Milicianos estrangeiros apoiados pelo Paquistão lançam habitualmente ataques nos distritos  de Kamdesh, Barge Mattai, Doab e  Waygal”, disse o general.

O governador de Nuristani, Mohammad Tamin reclamou:”Fizemos muitos pedidos de socorro mas o governo central não nos atende. E a OTAN também nos ignora.”

Outras províncias afegãs também enfrentam sérios problemas de segurança.

Em Laghman – entregue pela OTAN às forças do governo de Kabul em 2010- os talibãs estão bem fortificados. Sua capital, Mehtar Lam, é especialmente insegura.

Nangarhar – muitos dos seus distritos são frequentemente atacados pelos insurgentes. O distrito de Chaprihar é fechado para funcionários do governo.

Zabul- é uma província de grande importância estratégica, onde não há virtualmente mais tropas da OTAN. Os talibãs ocuparam seu espaço.

Ghazni- também não tem quase nenhuma presença da OTAN, que foi substituída pelos talibãs.

Kandahar – nas áreas rurais desta província há grande atividade talibã.

Se esse processo não for detido, a OTAN corre risco de, ao se retirar, deixar o Afeganistão dividido entre o governo de Kabul e os talibãs.

 

 

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