Sabahi: a voz forte da esquerda egípcia.

Nas eleições presidenciais egípcias, a surpresa foi a grande votação de Hamdem Sabahi, o candidato da esquerda.

Com poucos recursos e um partido sem organização em grande parte do interior, ele quase conseguiu ir para o segundo turno.

Seu passado o credencia junto aos revolucionários pois foi um dos únicos políticos secularistas perseguido por Mubarak.

O prestígio de Sabahi  cresceu nas manifestações da praça Tahir, primeiro contra a ditadura, depois contra a junta militar e, por fim, contra o governo Morsi, a quem ele acusa de tirania.

Para Sabahi, quando Morsi decretou que seus atos não poderiam ser questionados pela Justiça estava traindo a democracia.

Como um dos líderes da oposição, participou destacadamente das manifestações contra a nova Constituição, redigida pelos partidos islâmicos : a Irmandade Muçulmana e os salafitas.

Por enquanto, a oposição permanece unida, esperando eleger a maioria dos deputados nas eleições da Câmara a se realizarem dentro de dois meses.

Os  partidos que a integram tem um interesse comum a todos que é a luta contra o excesso de poder do presidente Morsi e da Irmandade Muçulmana.

Mas, essa união não deve se manter por muito tempo.

Sabahi e seu partido miram mais alto do que o simples enquadramento de Morsi: pretendem evitar a aprovação de reformas econômicas liberais, planejadas pelo governo.

Em recente entrevista, Sabahi declarou que prevenira o presidente Morsi contra essas reformas: ‘Porque o pensamento econômico e social da Irmandade é igual ao de Mubarak: a lei dos mercados.”

E concluiu, afirmando a Morsi que, realizando essas reformas, os resultados seriam altamente negativos:  “Você fará os pobres ficarem mais pobres.

E eles odiarão você, como odiaram Mubarak.”

As ideias heterodoxas de Sabahi fatalmente o colocarão em rota de colisão com os demais grupos que formam a oposição. Alguns deles são declaradamente a favor da economia de mercado. Outros não tem posição firmada sobre esta questão.

No entanto, todos eles admitem que a situação econômica do Egito é desesperadora, dependendo de fortes injeções de investimentos e empréstimos estrangeiros.

Com o fim da ditadura Mubarak, as reservas egípcias caíram de 43 bilhões de dólares para 15 bilhões.

Há um empréstimo pendente de 4,5 bilhões do FMI, dependendo do governo assumir uma série de obrigações para se concretizar.

Estima-se que o Egito precisaria urgentemente de 14 bilhões de dólares.

O socorro do FMI funcionaria como uma aprovação internacional, que estimularia investimentos estrangeiros.

Sem o FMI, para a maioria dos economistas e partidos políticos, será o caos.

Sabahi acha exatamente o contrário.

As reformas que Morsi seria obrigado a fazer para receber o nihil obstat do FMI colocariam o país no caminho de uma economia de livre mercado, com o sacrifício da população pobre.

Soluções radicais são as propostas da esquerda para tirar o Egito do buraco.

Para enfrentar o déficit, uma taxa de 20% sobre quem possuir bens  acima de 17 milhões de dólares, cobrada de uma só  vez.

Em seguida, os ricos deveriam pagar anualmente impostos mais elevados.

Proibir a exportação de matérias-primas, incluindo as commodities de gás natural e algodão, para que sejam usadas na produção industrial do país.

Aumentar as taxas pagas ao estado  em negócios que usem recursos naturais assim como nas transações imobiliárias e na bolsa de valores.

Expandir o setor público para criar mais empregos para os pobres.

Efetivando-se propostas assim, Sabahi acredita que tornaria desnecessário recorrer ao FMI e aceitar a implementação das medidas ortodoxas do fundo.

Embora nenhum dos partidos mais poderosos da oposição as apoie, a frente anti-Irmandade não será rompida pelo menos até as eleições legislativas.

Por enquanto, o principal divisor de águas no Egito é o “islamismo político”.

Para a Irmandade e seus aliados salafitas, a amplitude conferida pela nova Constituição à sharia,como princípio básico das leis do país, é perfeitamente compatível com a democracia.

De qualquer forma, a nova Câmara, que deve ser eleita daqui a 2 meses, poderá

modificar a Constituição, caso os oposicionistas consigam a maioria dos votos.

Até aí eles certamente estarão unidos.

Mas, na hora de se discutir as reformas liberalizantes que Morsi deverá encaminhar, Sabahi e a esquerda tendem a se separar dos demais partidos do bloco contrário ao governo.

Há diferenças significativas entre ele e seus aliados de agora.

Veja, por exemplo, as críticas à nova Constituição.

Os oposicionistas, em geral, reclamaram da islamização; da falta de artigos sobre os direitos da mulher; da falta de clareza na proteção dos direitos humanos e da liberdade de imprensa; das restrições religiosas – liberdade de crença só para islâmicos, cristãos e judeus.

Sabahi declarou que sua principal queixa era a falta de “comprometimento com direitos sociais e econômicos para os pobres” .

Nas eleições presidenciais egípcias, a surpresa foi a grande votação de Hamdem Sabahi, o candidato da esquerda.

Com poucos recursos e um partido sem organização em grande parte do interior, ele quase conseguiu ir para o segundo turno.

Seu passado o credencia junto aos revolucionários pois foi um dos únicos políticos secularistas perseguido por Mubarak.

O prestígio de Sabahi  cresceu nas manifestações da praça Tahir, primeiro contra a ditadura, depois contra a junta militar e, por fim, contra o governo Morsi, a quem ele acusa de tirania.

Para Sabahi, quando Morsi decretou que seus atos não poderiam ser questionados pela Justiça estava traindo a democracia.

Como um dos líderes da oposição, participou destacadamente das manifestações contra a nova Constituição, redigida pelos partidos islâmicos : a Irmandade Muçulmana e os salafitas.

Por enquanto, a oposição permanece unida, esperando eleger a maioria dos deputados nas eleições da Câmara a se realizarem dentro de dois meses.

Os  partidos que a integram tem um interesse comum a todos que é a luta contra o excesso de poder do presidente Morsi e da Irmandade Muçulmana.

Mas, essa união não deve se manter por muito tempo.

Sabahi e seu partido miram mais alto do que o simples enquadramento de Morsi: pretendem evitar a aprovação de reformas econômicas liberais, planejadas pelo governo.

Em recente entrevista, Sabahi declarou que prevenira o presidente Morsi contra essas reformas: ‘Porque o pensamento econômico e social da Irmandade é igual ao de Mubarak: a lei dos mercados.”

E concluiu, afirmando a Morsi que, realizando essas reformas, os resultados seriam altamente negativos:  “Você fará os pobres ficarem mais pobres.

E eles odiarão você, como odiaram Mubarak.”

As ideias heterodoxas de Sabahi fatalmente o colocarão em rota de colisão com os demais grupos que formam a oposição. Alguns deles são declaradamente a favor da economia de mercado. Outros não tem posição firmada sobre esta questão.

No entanto, todos eles admitem que a situação econômica do Egito é desesperadora, dependendo de fortes injeções de investimentos e empréstimos estrangeiros.

Com o fim da ditadura Mubarak, as reservas egípcias caíram de 43 bilhões de dólares para 15 bilhões.

Há um empréstimo pendente de 4,5 bilhões do FMI, dependendo do governo assumir uma série de obrigações para se concretizar.

Estima-se que o Egito precisaria urgentemente de 14 bilhões de dólares.

O socorro do FMI funcionaria como uma aprovação internacional, que estimularia investimentos estrangeiros.

Sem o FMI, para a maioria dos economistas e partidos políticos, será o caos.

Sabahi acha exatamente o contrário.

As reformas que Morsi seria obrigado a fazer para receber o nihil obstat do FMI colocariam o país no caminho de uma economia de livre mercado, com o sacrifício da população pobre.

Soluções radicais são as propostas da esquerda para tirar o Egito do buraco.

Para enfrentar o déficit, uma taxa de 20% sobre quem possuir bens  acima de 17 milhões de dólares, cobrada de uma só  vez.

Em seguida, os ricos deveriam pagar anualmente impostos mais elevados.

Proibir a exportação de matérias-primas, incluindo as commodities de gás natural e algodão, para que sejam usadas na produção industrial do país.

Aumentar as taxas pagas ao estado  em negócios que usem recursos naturais assim como nas transações imobiliárias e na bolsa de valores.

Expandir o setor público para criar mais empregos para os pobres.

Efetivando-se propostas assim, Sabahi acredita que tornaria desnecessário recorrer ao FMI e aceitar a implementação das medidas ortodoxas do fundo.

Embora nenhum dos partidos mais poderosos da oposição as apoie, a frente anti-Irmandade não será rompida pelo menos até as eleições legislativas.

Por enquanto, o principal divisor de águas no Egito é o “islamismo político”.

Para a Irmandade e seus aliados salafitas, a amplitude conferida pela nova Constituição à sharia,como princípio básico das leis do país, é perfeitamente compatível com a democracia.

De qualquer forma, a nova Câmara, que deve ser eleita daqui a 2 meses, poderá

modificar a Constituição, caso os oposicionistas consigam a maioria dos votos.

Até aí eles certamente estarão unidos.

Mas, na hora de se discutir as reformas liberalizantes que Morsi deverá encaminhar, Sabahi e a esquerda tendem a se separar dos demais partidos do bloco contrário ao governo.

Há diferenças significativas entre ele e seus aliados de agora.

Veja, por exemplo, as críticas à nova Constituição.

Os oposicionistas, em geral, reclamaram da islamização; da falta de artigos sobre os direitos da mulher; da falta de clareza na proteção dos direitos humanos e da liberdade de imprensa; das restrições religiosas – liberdade de crença só para islâmicos, cristãos e judeus.

Sabahi declarou que sua principal queixa era a falta de “comprometimento com direitos sociais e econômicos para os pobres” .

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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